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Crítica: Peaky Blinders – 6ª Temporada ★★☆☆☆ (2022)

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A temporada final (ou quase) chegou com muita expectativa, mas entregou menos que as produções anteriores. Com um final cheio de redenção e um roteiro covarde, a 6° temporada de Peaky Blinders deixa a desejar nos quesitos que fizeram a série ser o que ela é.

Obviamente que o anúncio do ano final de uma série é sempre o que mais cria expectativas, mas a família Shelby não precisava de argumentos para que está temporada fosse a mais esperada, os eventos finais da 5° temporada foram fantásticos e cheios de ganchos para o sexto ano. 

Com a morte da atriz Helen McCrory, a Polly, a série preparou uma despedida digna e emocionante logo nos primeiros minutos do primeiro episódio. Além disso, a série fez da morte da atriz uma ponta a mais no roteiro, que ficou muito bem encaixada nos eventos da temporada. O primeiro episódio mostra uma prévia dos eventos da temporada, mas a energia do primeiro episódio não se repete no decorrer da temporada.

Mantendo os eventos nos níveis globais, como o fim da Lei Seca, nos E.U.A., e a ascenção de Hitler, na Alemanha, a temporada mostra que a série se perdeu na grandiosidade, colocando a família Shelby, mais uma vez, em meio a discussões maiores que seus interesses econômicos. Destas problemáticas, as que envolvem a ascenção do fascismo são as mais desperdiçadas na temporada. Um solo fértil e bem preparado na temporada anterior que foi colocado de lado.

Outro ponto que faz dessa a temporada mais fraca é a redenção de Tommy Shelby, que retorna a sua orgem cigana diversas vezes por diveros motivos, entre eles, um caso de temporadas anteriores que retorna como “feitiço cigano”. A redenção de Tommy não é agradável, não dele um personagem melhor e joga seu desenvolvimento no lixo. E é perceptível que foi um evento preparado para fechar a série em um final que agradasse muitos, mas foi uma decisão desprestigiosa com os personagens e com os fãs.

Os desfechos ficaram em abertos, já que existe um possível filme para fechar a história, mas vendo a temporada como uma temporada de uma das séries mais famosas dos últimos anos, foi uma temporada fraca e com péssimas decisões. As mortes que impactaram vieram fora de hora e as mortes que não aconteceram deixaram um gosto amargo na boca.

Peaky Blinders ficou famosa pelas decisões certeiras do protagonista, pelo caráter frio e calculista e ambicioso, que se perdem nesta última temporada. Ainda que não seja um final definitivo, há pontas soltas para uma continuação, algo que pode acontecer, já vimos isso com Lúcifer, que declarou última temporada algumas vezes antes de encerrar de vez.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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