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Crítica: Palm Springs ★★★★★ (2020)

(Reprodução)

Com uma direção bem pontual, excelentes performances e um conceito muito intrigante em sua trama, Palm Springs é sem dúvidas, a melhor comédia romântica que já vi. Confesso que dei play sem grandes expectativas, mas fui surpreendido pela originalidade na forma como os elementos foram conduzidos.

É possível perceber semelhanças com o clássico Feitíço do Tempo, com o fantástico Bill Murray, que utiliza um conceito bem parecido com o que é desenvolvido em Palm Springs. Mas isso se torna apenas um detalhe a ser vencido pela condução do longa de Max Barbakow, que se desenvolve em um âmbito existencial.

Na trama do longa, acompanhamos Nyles, um cara despreocupado e que está sempre relaxado, porém, que também está envolvido em uma trama sinistra: todos os dias ele volta para viver o mesmo dia, como um eterno retorno. Preso nessa dura realidade, Nyles busca encontrar uma forma de viver sua vida. Tudo muda quando Sarah acaba parando nessa mesma realidade que Nyles. Agora os dois terão de encontrar juntos uma maneira de ficar, ou de sair definitivamente desse pesadelo repetitivo.

Esse conceito do eterno retorno, de se ver aprisionado na repetição da mesmice cotidiano, assim como Sísifo em sua condenação, funciona muito bem para trabalhar uma história romântica. O que foi feito com muita habilidade em Feitíço do Tempo, em Palm Springs, essa habilidade é excêdida pela excêlencia. Os personagens carregam dramas existenciais muito intrigantes, e seus diálogos são bem reflexivos.

As atuações de Palm Springs superaram completamente as minhas expectativas. Confesso que parte de minha atenção pelo filme foi provocada pela participação de Andy Samberg, que atua como Nyles, e está sensacional no personagem. A atuação de Samberg foi um tanto impressionante, por mais simples que o persoangem possa ser, ele acrescentou suas características e o tornou complexo. Também fui surpreendido pela atuação de Cristin Milioti como Sarah. Sua personagem é convincente, o seu drama existencial foi muito bem retratato pela performance da atriz. A química entre o casaç de Samberg e Milioti é muito cativante e funciona muito bem no filme E não posso deixar de comentar a participação de J. K. Simmons como Roy, um personagem divertido e inustiado que me agradou bastante na forma como ele se encaixa na trama e se mantém nela até o fim. 

o roteiro do filme é um acerto imenso, com uma trama muito bem elaborada, fazendo se acertar cada detalhe a medida que se desenvolve. A maneira como é trabalhado o conceito do eterno retorno é um tanto quanto inovador, assim como a solução para encerrá-lo. O que poderia ser um romance bobo e básico, acabou sendo uma comédia romântica com um toque existencialista que gostei muito.

A direção de Max Barbakow é definitiva para tornar todos os elementos intrincados e revelá-los de forma muito orgânica e sutil. o diretor soube trabalhar bem os cortes e a maneira de conduzir os diálogos e as cenas. A todo momento há referências as questões existenciais que os personagens estão passando, os colocando contra a sua realidade para enfrentá-la. O modo como o diretor conduziu todo o filme me impressionou bastante de forma bem positiva. Cada detalhe foi muito bem alinhado para levar a trama ao seu desfecho.

Palm Springs é minha maior surpresa na comédia romântica, além de também se tornar o meu longa favorito do gênero. Sua história é bem elaborada, com um conceito muito intrigante, que mesmo já tendo sido usado, foi trabalhado de forma inovadora e original. As atuações estão extremamente envolventes, com personagens muito carismáticos. A direção de Barbakow é sem dúvida um dos pilares que tornam essa obra excelente.

Palm Springs está disponível na Star+.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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