Vampiros, caçadores e outras criaturas tenebrosas da noite, o que pode dar errado? Tudo. A nova série da Netflix, Primeira Morte, tenta entregar um romance ambientado em uma guerra entre caçadores e monstros, mas tudo que consegue é nos entediar de forma extremamente esdrúxula.
A série tem atuações sofríveis, que não conseguem nos cativar, pelo contrário, nos deixa rindo de nervoso pela paródia mal executada. Mas as atuações ruins, são resultado de um roteiro escrito de qualquer jeito, utilizando elementos que estão em alta só para tentar ganhar um público. E quando tudo não poderia piorar, a trilha sonora é desconexa com tudo que rola em tela.
Um amor proibido não é nenhuma novidade de narrativa, mas sim algo bem batido, que para conseguir entregar uma boa história, precisa se esforçar para elaborar bem os elementos, o que não acontece nessa produção. A história gira em torno de Juliette, uma vampira adolescente que precisa encontrar sua primeira vítima para se transformar completamente. Juliette começa a se envolver com Calliope, uma garota nova na cidade, que pretendia usá-la para ser sua primeira morte. Porém as duas se apaixonam e começam a viver um romance proibido.
A família de Julitte é de vampiros, enquanto a de Calliope é de caçadores de monstros, o que acaba gerando um conflito imenso entre as duas famílias. A série tenta se manter usando várias reviravoltas para prender nossa atenção, mas nada consegue solucionar a história mal elaborada. O desenvolvimetno acaba caindo na mesmice, recheado de clichês mal aproveitados. O mais difícil nessa série é não pegar no sono.
As atuações da série vão de mal a pior a cada episódio, todas as performances são caricatas e duras, o romance entre as duas começa bem, com um certo tipo de química, mas depois de um tempo começa a ser algo enjoativo e básico demais. Talvez a perspectiva teen das atuações seja um ponto que me afastou. Juliette é vivida por Sarah Catherine Hook, que até se esforça para incorporar a personagem, mas fica no mais do mesmo básico. Imani Lewis, que vive Calliope Burns é robótica, quando ela não está beijando Juliette, suas falas e ações são completamente não naturais, todas forçadas e chatas.
A única atuação que posso dizer que é positiva é a de Gracie Dzienny, que vive a irmã de Julitte, Elinor. A forma de interpretar da atriz lembra um pouco os personagens caricatos de Supernatural, o que caiu bem para a série. De resto, as atuações são tão boas quanto as vistas em séries da Disney Channel.
Os efeitos visuais até que conseguem ser atrativos, pela proposta de trazer monstros e combater mais enérgicos. O visual dos monstros é um pouco mediocre, mas conseguiu me agradar, principalmente os monstros que aparecem no último episódio. A direção dos episódios é um pouco mal dosada, deixando as cenas um pouco forçadas demais, como se essa fosse a intenção, o que não deu certo também. Os combates são bons, temos boas cenas de luta e ação na série, mas deixam um pouco a desejar na continuidade. Um ponto que não posso deixar de comentar é a trilha sonora horrenda, que atira para todos os lados e não acerta em nada.
Primeira Morte é razoável, mas poderia ser melhor. Talvez com a segunda temporada, os produtores dediquem mais a elaborar os elementos de forma mais criativa e menos a mesmice que foi. A série tem uma proposta muito boa, que se bem trabalhada, pode render um bom entretenimento. As atuações só precisam ser melhor dirigidas, o que melhoraria a qualidade da série. Os efeitos estão no caminho certo, precisa só seguir melhorando. Foi difícil terminar os 8 episódios, portanto, indico apenas para aqueles que realmente desejam ver e gostam desse tipo de produção.
A primeira temporada de Primeira Morte está disponível na Netflix.