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Artista de efeitos visuais denuncia práticas abusivas do Marvel Studios

(Reprodução)

O MCU tem recebido cada vez mais críticas por causa dos efeitos visuais mal-acabados de seus filmes e séries. Nesta terça-feira (26), um artista de VFX revelou em entrevista à Vulture que esses resultados abaixo do esperado são resultado de práticas abusivas da Marvel Studios com as empresas responsáveis por criar a computação gráfica das produções. De acordo com o profissional, a divisão de Kevin Feige costuma encomendar mudanças gigantescas semanas antes do lançamento de seus longas e programas. “Um ou dois meses antes do lançamento, eles pedem para a gente mudar todo o terceiro ato”, disse o artista digital.

Segundo o profissional, os estúdios de VFX apresentam orçamentos para a Marvel, que escolhe sempre o mais baixo. Essa economia, no entanto, cobra um grande preço dos artistas, que são obrigados a trabalhar várias horas extras com equipes extremamente reduzidas. “Todos os projetos da Marvel tendem a ter menos pessoas do que o necessário. Enquanto eu costumo trabalhar em equipes de dez artistas em filmes de outros estúdios, nos da Marvel são duas pessoas, incluindo eu”, relatou o artista, que disse ainda já ter presenciado colegas chorando após trabalharem semanas inteiras sem descanso nas produções..

Esse cenário abusivo criado pela Marvel também não é nenhuma novidade. Em sua denúncia, o artista afirmou que diversos colegas que trabalharam nas primeiras produções do selo contaram histórias de produtores exigindo mudanças em detalhes mínimos dos filmes, mas que as ordens vinham sem um direcionamento claro para que o trabalho pudesse ser feito.

A preferência do estúdio por diretores com pouca experiência com CGI também soma a esse cenário problemático. “À medida que trabalhamos em um filme, enviamos imagens ainda não-finalizadas que não estão bonitas, mas mostram onde estamos. A Marvel muitas vezes pede que eles sejam entregues com uma qualidade muito maior desde o início do processo e isso leva muito tempo. Eles fazem isso porque seus diretores não sabem como olhar para as imagens iniciais e avaliá-las. Mas é assim que a indústria precisa trabalhar. Você não pode mostrar algo super bonito quando o básico ainda está sendo desenvolvido.”

“A outra questão é que, quando estamos em pós-produção, não temos um diretor de fotografia por perto. Então, muitas vezes somos nós bolando as tomadas. Isso causa muita incongruência”, continuou o artista, que disse que filmes como Pantera Negra foram afetados por problemas semelhantes. “De repente, os personagens estão pulando, fazendo todos esses movimentos malucos como bonecos no espaço. De repente, a câmera está fazendo movimentos que não aconteceram no resto do filme. Tudo parece um pouco caricatural. Quebra a identidade visual do filme.”

Por fim, o profissional reforçou que o Marvel Studios é um importante cliente para as empresas de efeitos visuais e que aquelas que não seguem os desejos do estúdio são barradas de produções futuras. “Uma companhia de efeitos visuais não conseguiu terminar o número de tomadas e refilmagens que a Marvel estava pedindo a tempo, então eles deram o trabalho ao meu estúdio. Desde então, essa casa foi efetivamente impedida de obter trabalho da Marvel.”

Marcados, respectivamente, para 2 de maio e 7 de novembro de 2025, Dinastia Kang e Guerras Secretas encerrarão a Fase Seis e, se seguirem os gibis que inspiraram seus subtítulos, os longas podem resultar em uma tragédia ainda maior do que a vista em Guerra Infinita.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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