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Crítica: O Telefone Preto ★★★★☆ (2022)

(Reprodução)

O Telefone Preto, mais novo filme de Scott Derrickson, estreou no cinemas recentemente e vem surpreendendo o público pela história de terror bem contada, embora esteja mais para um suspense, de certa forma. O longa é imersivo, me manteve preso do início ao fim, graças a história muito bem conduzida e as atuações impecáveis.

O diretor consegue encontrar um caminho para contar uma trama aparentemente batida de forma a deixa-la envolvente e interessante, que me surpreendeu do começo ao fim. Para o público que espera algo mais para o terror, pode se decepcionar pelo ritmo e falta de “jump scare”, mas ainda sim, o filme brilha em sua essência angustiante de suspense.

Na trama de O Telefone Preto, acompanhamos o caso de múltiplos sequestros de crianças que estão acontecendo no bairro de uma pacata cidade. O sequestrador é desconhecido, mas tem a fama de deixar balões pretos no local do sequestro. Finney Shaw, um garoto de 13 anos, vê seus amigos da escola desaparecerem aos poucos, até que chega sua vez. Após seu sequestro, sua irmã, Gwen, tenta fazer de tudo para encontrar alguma pista que possa leva-la ao seu irmão. Embora esse tipo de história seja bem batida, a forma como o diretor conduz os elementos da trama é interessante e torna a produção bem intrigante. Fiquei muito envolvido com a situação das crianças. O longa também mescla alguns elementos sobrenaturais que agregam muito para o suspense.

Os personagens do longa são muito carismáticos, principalmente os irmãos Finny e Gwen. Os atores Mason Thames e Madeleine McGraw estão sensacionais na sua performance, o carisma dos dois é o elemento mais imersivo do longa, que consegue explorar bem o talento dos jovens. Ethan Hawke, que vive o sequestrador, também está bem no personagem, embora sua participação seja um pouco contida, acaba por ser bem funcional para dar aquele toque de loucura necessário para o clima do longa. O pai de Finny e Gwen é vivido por Jeremy Davies, que também entrega um bom personagem.

Quando comentei que o filme está mais para o suspense do que para o terror, não foi de forma negativa, na verdade, esse detalhe acaba se tornando um pouco irrelevante para o resultado final da produção. A atmosfera do filme é claramente mais tendenciada ao suspense, mesmo que haja um toque de violência e tensão que possam levar para o terror. E para falar do aguardado “jump scare”, confesso que senti um pouco de falta, mas nada que torne a experiência ruim. Mas de forma geral, fiquei super satisfeito pela forma como Scott Derrickson conduziu os elementos do longa.

O Telefone Preto foi uma supresa muito positiva para mim, a experiência construída no longa encaixa muito com o cinema, o que torna tudo ainda melhor. A trama, embora simples, é plausível e bem acertada, conseguindo conduzir os elementos de forma muito satisfatória. As atuações são o ponto alto do longa, com destaque para o elenco jovem, que está fantástico. A produção tenta se manter no terror, mas fica mais para o suspense, o que não prejudica em nada a qualidade do resultado final. Se você curte uma história de suspense boa, O Telefone Preto pode ser uma suroresa bem agradável.

O Telfone Preto está em exibição nos cinemas.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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