O novo filme da Netflix explora o folclore norueguês de forma simples, mas cumpre bem o seu objetivo de apresentar um pouco da cultura do país. Em O Troll da Montanha, vamos acompanhar o despertar furioso de uma criatura que até então era tida como inexistente pela população da Noruega.
A proposta do filme é bem leve, com uma narrativa clichê: a ameaça surge, então o governo organiza o time mais improvável de indivíduos para resolver a situação. O filme chega a explorar bem o elemento cultural a seu favor, nos apresentando alguns eventos que fizeram parte da história da Noruega durante a cristianização do país, através dos contos folclóricos, que surgem como forma de resistência a esse processo. No entanto, sofre para dar sentido a trama e com as atuações fracas.
No longa, acompanhamos um acidente que acontece nas profundezas de uma montanha. Uma explosão desperta uma criatura antiga e misteriosa, que pode acabar se tornando uma ameaça gigante e mortal para os humanos. A criatura se trata de um Troll, que acorda furioso e parte à caminho da capital da Noruega, a cidade de Oslo. Com isso, o governo decide montar um time de especialistas para lidar com a ameaça e também compreender do que se trata. A trama é clichê, as soluções são as mais básicas possíveis, sem grandes surpresas. O roteiro se desenvolve bem, sem enrolar demais, não faz mais do que o básico, entretanto, fica uma sensação de vazio, de que algo está faltando para funcionar bem. O que deixa a narrativa interessante de fato são as menções culturais sobre as origens dos Trolls.
As atuações beiram o básico do básico, sem grandes destaques. Os personagens vão passando pela história, fazendo comentários e se guiando pelos acontecimentos. O que chega a incomodar um pouco é a falta de expressão dos atores, que não conseguem nos ganhar com o carisma baixo. Um dos personagens principais é um militar, que está dentro dos esteriótipos mais clichês possíveis desse personagem, uma verdadeira caricatura, deixando suas participações em tela bem enfadonhas. A dinâmica entre o pai e filha é ultrapassada e sem emoção, não contribuindo em nada para a narrativa principal e seu desfecho. A falta de carisma do elenco e o roteiro fraco pesam bastante na produção.
Com uma história clichê e atuações que beiram o amadorismo, ao menos algo teria de sair certo para não ser um completo desastre. E os elementos que posso dizer que gostei de ver são os ambientes e os efeitos especiais. A ambientação da Noruega é impecável, os cenários são profundos e misteriosos, o que intensifica a sensação de estar em uma fantasia. Os efeitos especiais também não deixam a desejar, principalmente do Troll, gostei bastante da forma como foi elaborado. Mesclar a criatura com as montanhas, isso ficou bem legal. A direção de Roar Uthaug faz bom uso das câmeras e cria cenas bem interessantes, boas de se acompanhar. Porém, apenas isso não é suficiente para salvar o filme de seus problemas.
O Troll da Montanha é um filme sem grandes destaques, aquele clichê básico mesmo, que você deve assistir sem esperar absolutamente nada dele para funcionar. A narrativa é simples, mas funcional, ao menos não enrola demais os eventos. As atuações são bem fracas, com personagens sem nenhum carisma e super caricatos, o que atrapalha um pouco. Os efeitos especiais e ambientações do longa, pelo contrário, são muito bons e acabam deixando a experiencia um pouco mais fácil de digerir. Apenas veja esse filme se você não tem mais nada para fazer ou para ver, pois não fará diferença nenhuma se não vir também.
O Troll da Montanha está disponível na Netflix.