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Crítica: O Exército do Amanhã ★★☆☆☆ (2022)

(Reprodução)

A Netflix lançou em seu catálogo um novo filme chinês, O Exército do Amanhã, uma ficção-científica sobre uma planta alienígena que cai no território da China e começa a ameaçar a vida na região. A trama é pós-apocalíptica, com a humanidade vivendo as consequência de uma guerra envolvendo a automação, com robôs sendo usado para matar seres humanos.

Com a chegada da ameaça extraterreste, o exército chinês precisa organizar um esquadrão a fim de impedir o crescimento dessa planta, que acontece através do contato dela com a água da terra. O longa é repleto de ação, mas muita mesmo, além do uso intenso de CGI. Para um filme de ficção-científica, é extremamente funcional, com todos os elementos certos, mas ao apostar em dramas dos personagens e exigir deles uma atuação digna, ele fracassa miseravelmente.

Sabemos que muitos filmes de ficção-científica se preocupa mais em apostar nos elementos visuais, que atraem a nossa imaginação para repensar o nosso próprio futuro, deixando de lado um pouco a qualidade da narrativa. Claro que isso não se aplica sempre, mas quando acontece é bem evidente. E esse é o caso de O Exército do Amanhã. Por mais que a trama central seja interessante, a forma como a narrativa foi conduzida não soube valorizar, e acabou se focando em coisas que tornanaram a experiência bem desconexa. O conflito com a automação, a chegada de uma planta alienígena e os interesses sombrios de membros do governo chinês, já são elementos suficientes para construir um bom filme, capaz de divertir. Mas ao dar espaço para desenvolver um certo drama dos personagens, tudo começa a desmoronar, deixando a narrativa mais massante.

Devido a essa narrativa fraca, causada pelo roteiro que não conseguiu apelar para esse lado mais humano, as atuações são extremamente caricatas, daquelas mais clichês possíveis. Cada um cumprindo bem o seu papel, bem quadradinho, dentro da trama. As expressões dos atores são forçadas, suas motivações vazias e descabidas. Até mesmo os elementos que unem o time são fracos e sem grande relevância. Tudo isso poderia ter passado despercebido, se não houvesse essa aposta no drama dos personagens. Mas quando se trata de ação, as coisas voltam para o trilho e funcionam muito bem, pelo menos para divertir.

O uso do CGI também está bem dosado, com efeitos bem realizados, chegando a lembrar cenas de jogos de ação. Há tudo que precisa para um bom sci-fi: naves, armaduras tecnológicas, robôs mortais, alienígenas assassinos e conspirações governamentais. As cenas de ação são muito boas, com ótimos cortes. Da até para dizer que há um certo excesso de ação, com algumas cenas acontecendo de forma um pouco gratuita. A qualidade dos efeitos também é muito boa para o gênero, suficiente para divertir. Vale pontuar que esse é o primeiro filme de Ng Yeun-fai, o que marca um bom começo na sua carreira, com um filme que tinha tudo para ser ruim, mas consegue entreter.

O longa da Netflix é um bom divertimento, principalmente para quem curte o gênero. A narrativa tem uma boa trama central, com todos os elementos essencias para um filme de sci-fi, mas se perde em dramas baratos dos personagens, felizmente não a ponto de tornar a experiência ruim. Isso graças a ação frenética do filme, que acerta em quase todas as cenas, e as vezes até pelo excesso, abusando do CGI e do ridículo para entregar uma experiência bem divertida. Talvez o ponto negativo seja sua duração, que graças ao drama, acaba sendo maior do que o necessário.

O Exército do Amanhã está disponível na Netflix.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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