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Crítica: Pânico 6 ★★★★☆ (2023)

(Reprodução)

Depois do fiasco que foi o antecessor, ficar animado com Pânico 6 foi uma tarefa difícil. Entretanto, fui surpreendido ao conferir a continuação nos cinemas, que conseguiu superar os erros que tornaram o anterior enfadonho, revelando um enorme potencial, e o principal: a franquia ainda consegue se reinventar de forma inovadora, sem perder a essência.

A trama é bem elaborada, se conectando aos eventos do anterior e encerrando os eventos passados para assumir novos rumos, que possuem um grande apelo narrativo. As atuações seguem o mesmo padrão, mas aqui achei que foram melhor aproveitadas e mais bem desenvolvidas. As mudanças na fórmula foram o essencial para tornar o longa bem mais interessante que seu antecessor. Pânico 6 aponta novos rumos para a franquia e abre espaço para um futuro promissor.

No filme, acompanhamos o time de sobreviventes do longa anterior, que após os assassinatos brutais de Ghostface, decidem se mudar para Nova York afim de viver uma nova vida e esquecer o passado. Mas, como nem tudo sai como planejado, essa nova experiência pode ser ainda mais sinistra para eles. O assassino mascarado retorna e, dessa vez, muito mais implacável, perseguindo os personagens em ambientes públicos, realizando os mais tenebrosos assassinatos. Os novos elementos que foram inseridos e a forma como a narrativa é construída é bem envolvente, nos mantendo concentrados com tudo que está rolando.

As irmãs protagonistas Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega) estão muito bem no longa. A relação entre elas é bem explorada, criando uma conexão bem interessante para as duas. Mindy (Jasmin Savoy Brown) e Chad (Mason Gooding) também estão muito bem no novo episódio. Mindy segue com ótimas percepções sobre os acontecimentos, nos lembrando o saudoso Randy. Os novos personagens que aparecem no filme estão muito bem, dentro do esperado para esse gênero. Dessa vez há uma surpresa no número de assassinos na franquia, e a sua motivação é bem consistente, com um ótimo desfecho para cada um. Embora o monólogo de vilão se perca um pouco, como de costume.

A troca de ambientação, de Woodsboro para Nova York é o ponto mais alto do filme. A cidade e o novo estilo do Ghostface caiu muito bem para o filme. A cidade funciona como um novo personagem, apresentando aspectos sombrios, com cenas bem intensas de perseguição em meio ao público. Uma delas é uma perseguição que acontece em um mercado, logo no começo do filme, essa cena é muito boa. Mas nem tudo são flores, a perseguição no metrô deixa um pouco a desejar, embora crie uma sensação de tensão bem grande, mas exagera no fato de que os outros não perceberiam o que estava acontecendo. A direção de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett acerta em praticamente tudo no novo filme, a condução das cenas é bem realizada, criando uma sensação de terror a todo momento, que deu novos ares para a franquia.

Pânico 6 é melhor do que o seu antecessor, e posso dizer que ele chega a ser tão bom quanto o primeiro filme. O longa consegue inovar ao mesmo tempo que mantém o espírito da franquia intacto. A trama é bem construída, com boas conduções e explorando bem os personagens. As atuações melhoram muito, agora que os protagonistas estão mais próximos, a dinâmica entre eles é muito mais satisfatória. O visual do filme é sinistro, a ambientação de Nova York é incrivelmente bem explorada pela direção, dando um aspecto muito interessante. Se você, assim como eu, se decepcionou com Pânico 5, vai adorar a continuação.

Pânico 6 está em cartaz nos cinemas brasileiros.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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