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Crítica: A Morte do Demônio: A Ascensão ★★★☆☆ (2023)

(Reprodução)

A Morte do Demônio: A Ascensão é um filme de terror da famosa saga A Morte do Demônio, iniciada em 1981, com Sam Raimi. Nele, Beth (Lily Sullivan) visita sua irmã Ellie (Alyssa Sutherland) em Los Angeles, que mora com seus três filhos. A visita poderia aproximar as irmãs, mas um livro misterioso evoca demônios sinistros, que colocarão a família para enfrentar uma versão tenebrosa de seus membros.

Lee Cronin poderia optar por simplesmente fazer mais um reboot do icônico filme, mas ao invés disso, ele não se compromete com tal tarefa e decide apostar em uma sequência para a franquia de terror slasher. Cronin aproveita para modernizar a franquia, trazendo-a para um contexto urbano, mas sem perder a essência do horror que marcou seus antecessores.

Na trama, o roteiro utiliza do drama familiar de duas irmãs que vivem distantes para tecer sua narrativa. Esse elemento é bem utilizado e os personagens fazem sentido, e até mesmo se conectam bem com os eventos. A aleatoriedade está no fato do livro ser encontrado justamente abaixo do prédio em que residem, para a infelicidade de todos.

O desenvolvimento da trama é bem dinâmico, com poucas enrolações. Essa é uma boa característica para esse tipo de filme, pois não dispersa a atenção do espectador para outras coisas além da violência sinistra e do gore. Mesmo com o plot de fundo do reencontro familiar, a trama com o livro e a maneira como eles se envolvem com o feitiço maligno é aceitável e bem elaborada. Afinal, quem não gostaria de encontrar um livro maldito escondido no porão de seu prédio prestes a ser demolido? Tentador.

As atuações do filme são bem convincentes, até mesmo para os personagens de fora do núcleo familiar, que servem apenas para aumentar o número de mortos. Alyssa Sutherland manda muito bem como Ellie, principalmente em suas expressões após ser possuída pelo espírito zombeteiro. Sua irmã Beth, vivida por Lily Sullivan, também é uma ótima personagem, principalmente quando assume a frente da situação e resolve enfrentar o demônio. Nell Fisher também entrega um ótimo personagem ao interpretar a filha mais nova Kassie.

Não há muito o que se esperar de personagens nesse gênero, pois não há necessidade de que sejam complexos, nem que tragam camadas de interpretações para tornar a trama envolvente. Basta que haja um bom roteiro conduzindo esses personagens e atuações que conseguem entrar na onda do filme. O longa acerta em cheio nesse quesito.

A direção de Cronin faz muitas referências ao estilo de Raimi, um fanservice necessário. Mas logo se percebe que há um certo afastamento do estilo clássico em que as cenas eram conduzidas. O estilo mais rústico é alterado para algo mais moderno, que condiz mais com as referências atuais do gênero. As referências estão presentes na maneira como tudo acontece e essa modernização cai muito bem para o filme.

Há diversos momentos que podem deixar enjoado aqueles que tem o estômago mais fraco, mas aqueles mais calejados podem sentir falta de mais violência gratuita. Temos muitas mortes no filme, algumas são bem sinistras, outras poderiam ter sido melhores. A cena do confronto final é memorável. Para um slasher, tem tudo que é necessário para prender a atenção do espectador que curte o gênero, mesmo podendo ser melhor. Mas quem sabe a franquia não ganhe forças novamente. Assim, podemos esperar mais filmes no futuro.

Fui sem esperar grandes coisas e sai surpreso com o que o filme entrega. A Morte do Demônio: A Ascenção é uma boa sequência para a icônica franquia de slasher e horror. O roteiro consegue manter as peças bem encaixadas, entregando uma boa trama, sem muita enrolação. As atuações são ótimas e cumprem com a sua função no filme. O visual do filme é intenso, repleto de referências e bem aterrorizantes, algo que vai agradar os fãs do gênero. Se você curte um bom slasher, A Ascenção é uma diversão garantida.

A Morte do Demônio: A Ascensão está em cartaz nos cinemas brasileiros.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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