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Crítica: Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo ★★★☆☆ (2023)

(Reprodução)

Já devo começar com um aviso: esse filme não é parecido com Dragon Ball Evolution em nada! Em Cavaleiros do Zodiaco – Saint Seiya: O Começo (2023), a trama tem uma complexidade previsível mas é bem elaborada no geral, o desenvolvimento narrativo é cuidadosamente articulado, embora às vezes um tanto arrastado. A adaptação cumpre o seu papel em transpor para as telonas os elementos que consagraram a obra de Masami Kurumada.

A história, seguindo Seiya em sua jornada de jovem lutador para cavaleiro do zodíaco, traz elementos de batalhas de forças celestiais e uma rica mitologia, mesmo que o ritmo possa parecer lento em alguns momentos​. Os personagens tem um carisma envolvente, com algumas ressalvas, que contribui muito para tornar a trama interessante e muito distante dos desastres já conhecidos de adaptações live-action.

A atuação geral é boa. Mackenyu, como Seiya, traz um senso de propósito para o papel e Madison Iseman como Athena é eficaz, embora a profundidade dos personagens possa deixar a desejar em alguns momentos, principalmente para os fãs da obra original. No entanto, a performance de Diego Tinoco como Ikki é notavelmente inconsistente, o personagem parece meio desconexo nas cenas, o que ajuda a tornar as outras atuações evidentemente superiores na qualidade. A atuação e presença de Sean Bean e Famke Janssen, que dão vida a Alman Kiddo e Guraad respectivamente, estão meio forçadas e sem propósito.

Em uma cena em específica, Kiddo realiza uma das ações mais mal pensadas qu ejá vi em filmes, mas claro, isso é um problema do roteiro mais do que do ator. A tentativa de dar um aspecto “cinza” para Kiddo e Guraad funciona mais com a segunda, enquanto o primeiro se entorpece em ações contraditórias.

Por outro lado, para equilibrar a balança, a atuação de Caitlin Hutson como Marin é impecável. Sua personagem é a que está mais bem conectada com o universo criado por Kurumada, o que torna as cenas com sua participação as melhores de todo o longa. O treinamento de Seiya é simplemente incrível de se acompanhar.

Apesar do orçamento limitado, os efeitos visuais e a qualidade da produção não decepcionam e são capazes de encher os olhos com sua intensidade. Os trajes e os cenários são bem projetados, embora alguns fãs possam achar que a mudança na estética original foi desnecessária​, no entanto, é extremamente funcional e combina muito bem com o visual do longa.

A direção do polonês Tomasz Bagiński é precisa e bem realizada, com destaque para a coreografia das cenas de ação, especificamente, que são muito bem executadas. As lutas tem uma profundidade impactante, com movimentações boas, apesar de um pouco lentas. Mackenyu executa com maestreia as poses de Pégaso e sua movimentação nos combates é bem notável. A trilha sonora do filme tem um tom épico na medida certa, mas falha ao não focar no resgate de Pegasus Fantasy, que como fã, aguardei ansioso pelo momento que a música seria tocada.

Uma coisa é fato: o longa abre portas para futuras produções live-action, mas o principal, ele deixa em aberto a possibilidade de uma continuação, que pode aperfeiçoar os elementos trabalhados no primeiro filme e aproximar ainda mais do universo incrível idealizado por Masami Kurumada. Já consigo imaginar as armaduras mudando de forma nos filmes, assim como nas temporadas do anime.

Em conclusão, “Cavaleiros do Zodiaco – Saint Seiya: O Começo” é um filme que vale a pena assistir para os fãs do anime original e do gênero de ação e aventura. No entanto, o filme pode não satisfazer completamente os fãs mais assíduos, que procuram uma adaptação fiel ao material original.

Cavaleiros do Zodiaco – Saint Seiya: O Começo está em cartaz nos cinemas brasileiros e em breve no streaming.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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