“Besouro Azul” é a mais recente adição ao universo cinematográfico da DC e, desde sua estreia, tem se destacado como uma obra que promete cativar o público. Com uma abordagem fresca e envolvente, o filme não apenas apresenta um novo herói, mas também mergulha nas raízes e tradições latinas, oferecendo uma experiência cinematográfica única e emocionante.
Em meio a uma era saturada de histórias de origem de super-heróis, “Besouro Azul” consegue se sobressair. A trama se concentra em personagens latino-americanos, com Xolo Maridueña interpretando o protagonista Jaime Reyes e Bruna Marquezine no papel de Jenny Kord. Embora às vezes beirem o clichê sociológico, os personagens se integram habilmente na narrativa, proporcionando um sabor distinto e autêntico. A representação da cultura latina é feita com respeito e profundidade, tornando-se um dos pontos fortes do filme. Além disso, a história, mesmo contendo algumas “facilidades” narrativas, é contada de forma envolvente. O roteiro mantém o clichê interessante e prende o espectador do início ao fim. No entanto, surge uma reflexão: mesmo sendo tão bom, “Besouro Azul” seria um sinal do desgaste que os filmes de origem de super-heróis enfrentam? Ou prova que ainda há espaço para inovação e frescor no gênero?
O elenco desempenha um papel crucial no sucesso do filme. A família do protagonista, retratada de forma calorosa e realista, reflete a imagem clássica da unidade familiar latina. A maneira como o herói encontra força nos laços com seus entes queridos é genuinamente tocante. E, falando em atuações, Bruna Marquezine brilha em sua estreia no cinema internacional, provando que o talento brasileiro tem espaço no cenário global, especialmente em filmes de super-herói de grande visibilidade.
A direção de Ángel Manuel Soto é impecável. As escolhas de enquadramento realçam a beleza e a intensidade das cenas. As referências à cultura latina são um deleite à parte. As cenas de ação são bem realizadas e envolventes, assim como os efeitos especiais do filme, que acgregam um brilho a mais no filme. Para os brasileiros, menções a ícones como Chapolin Colorado e Maria do Bairro trazem uma dose de nostalgia, remetendo aos tempos de SBT e suas inesquecíveis programações. Além disso, “Besouro Azul” é mais do que apenas um filme de super-herói; é um marco para o protagonismo latino no cinema. A importância desse filme pode ser comparada à de “Viva – A vida é uma festa”, da Pixar, que também celebrou a cultura e tradições latinas, mostrando que histórias com raízes em culturas específicas têm um apelo universal.
E como não pode faltar, o filme ainda encontra tempo para fazer singelas críticas a sociedade capitalista e a forma como as culturas que já foram exploradas por esse sistema estão inseridas nessa sociedade. O humor do filme funciona como um catalisador para trazer a tona esses anseios de uma população historicamente vista como “subdesenvolvida”, que apesar de sua luta e coragem, foi sempre retratada de forma caricata e insultante nos cinemas de Hollywood.
Em conclusão, “Besouro Azul” é um ótimo filme que merece ser visto. Com uma mistura perfeita de comédia, ação, emoção e cultura, é um filme que promete ficar na memória do público por muito tempo. Se você é fã de super-heróis ou simplesmente ama uma boa história, não perca a chance de assistir a este espetáculo cinematográfico. Prepare-se para ser surpreendido e emocionado!