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Crítica: Ninguém Vai Te Salvar ★★★★☆ (2023)

(Reprodução)

Há tempos que não somos presenteados com uma produção que abordasse o tema de abduções e aliens clássicos. “Ninguém vai te salvar”, recentemente adicionado ao catálogo da Star+, vem para preencher essa lacuna e, de quebra, nos oferece uma experiência de alta qualidade.

O filme segue a história de Brynn Adams (Kaitlyn Dever), uma jovem que vive reclusa na casa de sua infância, lidando com a perda de entes queridos e um intenso transtorno de ansiedade. Sua vida já complicada toma um rumo ainda mais desafiador quando ela descobre que seres extraterrestres invadiram sua casa. O longa se destaca por abordar temas como culpa e isolamento social, criando uma trama imersiva e muito bem bolada.

A narrativa se desenvolve majoritariamente no silêncio, uma escolha ousada que, ao mesmo tempo que gera agonia, nos convida a uma reflexão profunda. Somos colocados na posição de observadores íntimos da protagonista, sentindo cada emoção e desafio que ela enfrenta. Aos poucos, vamos aprendendo sobre a personagem e os traumas que sofreu em sua vida, o que gera um sentimento de conexão muito forte.

Kaitlyn Dever entrega uma atuação impecável, carregando o filme com uma personagem determinada a enfrentar seus traumas e reparar os erros do passado. Os aliens, por sua vez, não são apenas antagonistas, mas catalisadores que forçam Brynn a confrontar seus medos mais profundos.

A direção de Brian Duffield é digna de elogios. Cada plano é meticulosamente construído, criando cenas imersivas que nos transportam diretamente para o universo do filme. Os efeitos visuais, aliados à representação clássica dos aliens, são um deleite à parte. O silêncio predominante e as introspecções da protagonista são habilmente retratados, tornando a experiência visual tão rica quanto a narrativa.

O filme nos faz refletir sobre o isolamento social e a intensidade do sentimento de culpa. Brynn, alienada de sua comunidade por erros passados, vive um isolamento que é amplificado pela presença ameaçadora dos extraterrestres. O título “Ninguém vai te salvar” ressoa profundamente, lembrando-nos de que, muitas vezes, somos os únicos capazes de enfrentar e superar nossos demônios internos.

Em conclusão, “Ninguém vai te salvar” é uma recomendação certeira não apenas para os amantes de ficção científica e terror alienígena, mas também para aqueles que apreciam dramas reflexivos que nos fazem ponderar sobre a natureza humana e nossas batalhas internas.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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