Algumas empresas já encontraram formas de burlar restrições, mas há também outros métodos de obter monetização nos jogos ganhando popularidade.
O Ministério Público acatou o pedido da Ação Civil Pública da Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (ANCED) contra diversas empresas da indústria de jogos para impedir a venda e propagação de uso das loot boxes no Brasil.
Países como Holanda e Bélgica, já adotaram certas medidas para evitar essa assimilação com jogos de azar. E apesar da proibição, cada desenvolvedora e publisher se adaptou da maneira que julgaram ser melhor e até jogos de uma mesma produtora usaram formas diferentes para lidar com a situação.
Mas caso isso ocorra, como a proibição pode afetar os jogos no cenário nacional?
De inicio, poderemos ver as mudanças no formato de monetização que são adotadas aqui, trazendo para cá práticas que já estão em andamento em certos países. Um exemplo é o caso de Couter Strike Global Offensive, da Valve, que criou uma skin da arma P250 chamada “X-Ray”, que poderá ser utilizada para “sondar” o interior da loot box e ver se vale a pena ou não adquiri-la. Entretanto, você só poderá usar o item em outra caixa quando comprar essa, mesmo que não seja do seu agrado.
Ainda mencionando a Valve, temos DOTA 2, que lidou de forma um pouco diferente. Eles retiraram a opção de abrir diversas caixas ao mesmo tempo, e removeram a animação de abertura, que lembrava o aspecto de um cassino, porém de skins, uma apologia mais do que clara aos jogos de azar.
Já em jogos como FIFA e Overwatch, a solução mais viável para a EA e Activision Blizzard foi remover completamente a opção de compra das moedas internas com dinheiro real. Uma escolha que acaba sendo facilmente burlada, principalmente dentro do cenário competitivo de FIFA, onde é preciso investir um grande valor para conseguir os melhores jogadores. O principal método para burlar a proibição nessas circunstâncias é utilizando uma VPN para mudar a localização e assim realizar a compra.
No caso dos jogos mobile a situação muda um pouco de figura, não por se tratar de um menor investimento por parte dos jogadores, mas sim porque as compras são oferecidas de forma opcional no jogo.
Os jogos mobile, em sua grande maioria, utiliza um sistema conhecido como “freemium”, onde a maior parte do conteúdo do jogo é oferecido de maneira gratuita, porém para avançar certos pontos do jogo, obter equipamentos especiais ou até mesmo evoluir no jogo de forma mais rápida, é necessário realizar compras na loja. Pois estes conteúdos, embora oferecidos de forma gratuita, são extremamente difíceis, ou depende de muita sorte, de se obter sem gastar.
Já o Passe de Batalha, ou um pacote de iniciantes, é a melhor maneira de se conseguir obter itens especiais no jogo sem gastar muito com isso, afinal, é possível conquistar itens a medida que progride no Passe de Batalha, tornando mais justo o processo. Afinal, para um jogador que só deseja se divertir, essa é a melhor opção, levando em conta que loot boxes servem apenas como uma forma de liberar equipamentos ou personagens mais rápido.
Agora com relação a um dos maiores fenômenos mundiais do mobile, Genshin Impact, da miHoYo, temos um caso a parte. No jogo a única maneira de se obter novos personagens é através do sistema de loot box, que possui taxas quase demoníacas para se conseguir o personagem desejado. Já em outros jogos, em sua maioria, é possível obter os personagens do jogo apenas jogando e completando tarefas.
A lei de proibição de loot boxes em alguns países atende somente a venda desse tipo de produto, que se assemelha muito com jogos de azar, mas aquelas que você recebe gratuitamente dentro dos jogos são permitidas.
Se ocorrer as proibições no Brasil, as primeiras medidas tomadas pelas desenvolvedoras devem ser bastante parecidas com essas que já ocorrem pelo mundo, mas também já podemos ter alguma ideia do que esperar da indústria caso os banimentos continuem pelo mundo, e nem essas formas de lidar com as restrições serão suficientes, já que apenas burlam, sem de fato solucionar o real problema.
Uma alternativa a essas loot boxes é o que vemos em Fortnite, por exemplo. Que possui também itens a venda em sua loja, desde skins a dancinhas, mas que não dependem de sorte, o jogador compra exatamente o que está vendo na loja. Sem contar o Passe de Batalha, que muda de tema e traz novos personagens a cada temporada, e que ao ser obtido pode desbloquear diversos itens conforme se avança no jogo. Uma alternativa mais realista e menos problemática que as loot boxes.
De qualquer forma, o processo no Brasil está apenas no inicio, tendo muito a percorrer ainda. Até lá ouviremos muito sobre o caso.
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gostei muito do que lí aqui… Obrigado!