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Crítica: Castlevania – ★★★★★ (2021)

(Divulgaão)

A animação de Castlevania ganhou sua última temporada na Netflix. O momento de encerramento de uma série é sempre algo melancólico para os fãs, porém se por um lado há a tristeza de se despedir de personagens incríveis que deixaram sua marca de alguma forma em cada um de nós, por outro é possível contemplar o desfecho épico preparado pelos criadores.

A temporada se inicia seis semanas após os eventos da terceira temporada. Valáquia está imersa no caos. Com a devida calma necessária para uma última temporada, os episódios iniciais caminham sem pressa, desenvolvendo de maneira interessante cada núcleo de personagens que foi apresentado ao longo das temporadas. Trevor Belmont e Sypha Belnades seguem caçando criaturas da noite, enquanto Alucard ainda se mantém isolado em seu castelo, vivendo de forma solitária. Nesse meio tempo, Carmilla está se preparando para seu ousado plano de conquista da Europa e Isaac aos poucos organiza seu exército para obter sua vingança.

Com tantas tramas se desenrolando ao mesmo tempo, é normal que se perca um pouco a linha, porém Castlevania nos consegue manter interessados em cada um dos personagens que são apresentados e desenvolvidos ao longo desta quarta e última temporada. Embora algumas peças do quebra-cabeça fiquem no ar, a trama consegue lidar com a polifonia e entregar bons diálogos que se completam e ajudam a trama a caminhar para seu fim inevitável.

Um destaque para Hector, Lenore e Carmilla, que conseguem escapar da fórmula da qual foram criados e  nos surpreendem com uma boa construção de personagens. Uma evolução que garante um toque dramático aos personagens, o que torna as cenas em que aparecem muito mais interessantes e profundas. 

O roteiro de Warren Elis e a direção de Sam Deats e Amanda Sitareh B. sabem como deixar o público atento e empolgado com o desenrolar da trama. Principalmente com as belíssimas cenas de ação, pela qual a animação ganhou sua marca e ficou conhecida entre os fãs. Essa temporada foi a mais sangrenta de todas, com confrontos épicos e memoráveis, que claramente nos remetem para as lutas de chefes que enfrentamos ao longo dos mais de 30 jogos da franquia. A qualidade das batalhas é incrível, muito bem trabalhadas e precisas, sendo impossível ficar apático com as diversas cenas de luta apresentadas nessa temporada, um verdadeiro colírio aos olhos de qualquer fã.

A pancadaria tem seu auge na batalha final da temporada, um desfecho digno e inesquecível, que não vou mencionar para não estragar sua experiência, mas que de alguma forma irá mexer com você.

Castlevania é, sem dúvidas, uma proeza no sentido de adaptação de um jogo, sabendo trabalhar de maneira sem igual os temas no qual se propõe a desenvolver, como a busca pelo significado e o abandono da humanidade, os perigos de uma fé cega, as armadilhas ocultas nas ambições e até mesmo a coragem para amar. Todos estes temas são trabalhados de forma incrível e precisa, indo muito além de uma simples animação sangrenta para adultos, que a primeira vista pode parecer. Com um final memorável, a série nos entrega um ar melancólico, mas otimista, deixando qualquer um com aquele leve aperto no peito e, provavelmente, já com o inevitável sentimento saudosista.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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