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Crítica: Atypical – ★★★★★ (2017- 2021)

Todo mundo já se pegou zapeando pela Netflix procurando o que assistir, foi assim que cheguei à Atypical. a série que acompanha Sam (Keir Gilchrist) um jovem que pertence ao espectro autista, e sua família.

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Divulgação

Atypical tem apenas quatro temporadas e o motivo da boa avaliação é justamente a quarta temporada que encerra tudo de forma magistral. Primeiro vamos quebrar alguns preconceitos: Sam é autista e isso pode afastar algumas pessoas da série, mas não tem nada que seja chocante a esse respeito, aliás é tudo muito didático para quem desconhece ou pouco sabe sobre pessoas do espectro.

Na primeira temporada acompanhamos mais Sam e como sua vida é, fora e dentro de casa. Como uma primeira temporada, a maioria dos temas envolvem Sam, sua família e seus amigos – aqui vale um destaque para Nik Dodani, que interpreta Zahid, o melhor amigo de Sam. E nessa temporada a diversão é garantida, em grande parte pelo coprotagonismo de Zahid, que alivia as tensões dos eps.  e da vida de Sam.

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Zahid sentado em seu trono de papel higiênico – Reprodução

Se na primeira temporada acompanhamos a rotina casa-escola-trabalho de Sam, nas outras temporadas acompanhamos seus pais, Elsa e Doug (Jennifer Jason Leigh e Michael Rapaport) e sua irmã Casey (Brigette Lundy-Paine). E essa mudança de foco tem um grande impacto positivo para a série, na segunda temporada acompanhamos o casamento dos pais de Sam, que passam por altos e baixos momentos, contando como foi no começo com Sam e as consequências disso (há grandes eventos que não falarei aqui para não ser spoiler). Focada mais na mãe, a segunda temporada mostra uma versão da história, o quanto Elsa lutou para aprender e aceitar o filho, bem como se adaptar à ele.

E ao final da segunda temporada somo levados a crer que Doug, o pai, é omisso e falho, mas a terceira temporada vem para mostrar o lado dele, como ele sentiu e sente dificuldades com o filho, como foi difícil para ele. Essa temporada é muito boa por quebrar a dinâmica de mocinha e vilão deixada na segunda temporada. 

E no meio disso temos o plot de Casey, se descobrindo e explorando sua sexualidade (com momentos clichês e outros bem elaborados que valem a pena dar atenção à Casey). E é difícil dizer quem tem o melhor plot secundário, já que todos estão levando suas vidas e a de Sam, ainda mais por todos estarem dispostos a serem melhores devido ao protagonista, que está sempre se superando. 

A série desenvolve bem os personagens, não deixa lacunas grotescas ou momentos sem conclusão ou peso, todo furo de roteiro ou problema é resolvido na quarta temporada, que fecha com chave de ouro, colocando os pingos nos “is” e pontos finais onde é preciso. A maioria dos eventos são resolvidos nos últimos dois episódios, mas a construção para a resolução acontece em cada episódio da última temporada, fazendo do final de Atypical, um dos melhores finais de séries.

E nessas quatro temporadas acompanhamos o garoto Sam na escola, indo ao seu baile de formatura (que foi adaptado à ele), acompanhamos seu namoro, suas experiências sexuais (tem uma cena em um iglu que é muito cômica e reverbera pelos episódios sequentes); acompanhamos Sam no emprego e na faculdade, mas a última temporada, acompanhamos Sam dividindo uma casa com Zahid, e isso é fantástico, nas primeiras temporadas a sensação de que a Elsa resolveria tudo é apagada, Sam é autossuficiente e maduro em quase todos os conflitos.

Panela de Séries » Arquivos Atypical - S01E08 - The Silencing Properties of Snow [Season Finale] - Panela de Séries
Reprodução

Atypical é uma série leve, não pesa a mão para falar de assunto mais densos, como traição, consumo de drogas, luto, sexualidade e decepção, todos os temas são trazidos de forma magnificas e sempre com uma lição de moral subjetiva ao espectador. Ao final da última temporada, pai e filho se aventuram no sonho de Sam em conhecer os pinguins na Antártida, foi um final bonito, aberto à continuação, mas sem apelo para que isso aconteça. 

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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