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Crítica: Batman: A Piada Mortal – ★★★★☆ (2016)

(Reprodução)

Saudações geek!

Batman: A Piada Mortal chegou recentemente na HBO Max e resolvi assistir para conhecer melhor o universo sombrio de Gotham. O filme nos surpreende pela sua qualidade, trazendo boas cenas de ação, com ótimas coreografias, mas não apenas isso, o filme também molda a moralidade de Batman e apresenta o conflito entre bem e mal de forma elegante. No filme teremos grandes acontecimentos que marcam a trajetória do herói e define futuras histórias.

No longa seguiremos a dupla Batman e Batgirl, que trabalham juntos para impedir os criminosos de Gotham. A história é narrada pela Batgirl em sua maior parte, nos apresentando uma perspectiva diferente deste universo. Após a morte de Carlos Fracesco, o chefão do crime de Gotham, pelas mãos de seu sobrinho, Paris Franz, Batman e Batgirl passam a caçá-lo. Mas Paris começa a levar a luta para o lado pessoal e passa a tentar manipular o comportamento da Batgirl, a colocando em situação de alto risco. Devido a isso, Batman decide afastá-la da perseguição. Aqui podemos ver o relacionamento entre Barbara e Bruce, que se mostra um tanto quanto turbulento. Batman passa a ser “super-protetor” com Barbara e o vemos agir de forma passional frente a isso, algo muito interessante para a narrativa do herói, que sempre se demonstrou frio e calculista. Porém, esses problemas não seriam nem a ponta do iceberg desta história.

Após afastar Batgirl e prender Paris, Batman descobre que o seu maior e mais perturbado inimigo conseguiu escapar de sua prisão e pode estar tramando algo perigoso. Isso mesmo que pensou, chegou a vez de Coringa entrar em cena. A partir de sua fuga a sensação que temos com o longa é de urgência, Batman passa a seguir diversas pistas para encontrar seu rival, mas todas sem êxito. Então, quando se menos espera, Coringa ataca diretamente na casa de Barbara e sequestra seu pai Gordon após deixá-la gravemente ferida com um tiro. A tentativa do vilão é fazer Batman ser levado pela raiva e ultrapassar os limites de sua moral. Aqui acredito que seja a proposta principal da trama, escrita por Alan Moore e adaptada na animação por Brian Azzarello, de nos trazer essa reflexão acerca dos limites morais de Batman. Somos levados a esse questionamento em diversos momentos, como quando Batgirl diz que em certo ponto “é humanamente impossível” não ultrapassar os limites morais após espancar Paris por tê-la provocado antes de ser preso.

No longa veremos um Batman passional, que se mostra preocupado com sua parceira e que se sente resposável por sua segurança. Batgirl aqui também é apresentada sem introduções. Os personagens são simplesmente jogados em tela e já se espera que você saiba quem são. Mas tudo muda com a chegada de Coringa, que tem aqui sua versão de história de origem. Somos apresentados a um comediante fracassado que perde sua esposa e filho e é perseguido por Batman após tentar invadir uma fábrica usando o traje de capuz vermelho, junto de dois criminosos. Na cena, Coringa cai em um tipo de líquido com propriedades químicas e é jogado pelo encanamento da fábrica até o mar. Quando consegue se dar conta, o comediante já não é mais o mesmo e graças ao composto, sua vida mudaria completamente. A história de origem do Coringa nos faz criar certa empatia com o personagem, nos fazendo perceber que as vezes uma boa pessoa pode se desesperar e ser levada a cometer atos insanos, sucumbindo a loucura. Mais uma vez percebemos como é tênue a linha entre o bem e o mal, e como isso pode obscurecer nossa percepção de realidade. E essa história de origem do vilão é um ponto muito positivo da animação, que consegue nos prender para saber qual o desfecho desta trama.

A animação em si é de ótima qualidade, temos movimentos dinâmicos e boas cenas de ação, principalmente nos primeiros momentos do longa. As cenas estão sempre com um clima sombrio, típico das histórias do cruzado encapuzado. O aspecto sombrio e a narração de Batgirl contribuem para uma contrução interessante da trama, passando a todo momento uma sensação de perigo iminente. Certamente que a animação sofre pelo tempo de seu lançamento, mas isso nada interefere na experiência que a trama busca contruir, a qualidade da animação evelheceu bem. E para quem assistir no idioma original poderá contemplar o retorno de Kevin Conroy como Bruce Wayne/Batman e Mark Hamill como Coringa.

Mas e quanto a piada mortal? Bem, aqui temos o maior spoiler dessa história, que não desejo de forma alguma privá-los deste momento, mesmo a animação já tendo sido lançada há alguns anos. Mas, acredite, o desfecho é icônico, não apenas pela simplicidade, mas principalmente por seu fator surpreendente. A moralidade de Batman levada ao extremo, a discussão incessante entre o bem e o mal, são os ápices desta animação. Até quando o herói deve seguir suas convicções e não ultrapassar a linha tênue que o diferencia dos criminosos. O longa consegue desenvolver de forma excelente essas discussões e entrega uma adaptação forte e tocante. Além também de fechar o arco de Barbara Gordon como Batgirl, abrindo as possibilidades para o surgimento da Oráculo.

Essa é mais uma animação surpreendente da DC, que sem dúvida merece seu tempo. O longa tem cerca de 1h15 e entretanto, consegue entregar um ótimo desenvolvimento de trama. Os personagens estão excelentes, principalmente a Batgirl, uma das que mais gosto entre os heróis da DC. Batman: A Piada Mortal é uma animação excelente e traz um arco muito importante na trajetória do cruzado encapuzado. O longa está disponível na HBO Max.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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