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Crítica: Imperdoável – ★★★☆☆ (2021)

(Reprodução)

Imperdoável é o novo drama da Netflix que tem atraído a atenção do público, estando na lista dos mais assistidos da plataforma. O longa explora a vida de uma ex presidiária que retorna para a liberdade após 20 anos de prisão por assassinato de um policial. Mesmo que o tema do filme não seja inovador, ele apresenta uma maneira diferente de desenvolver a trama que pode ser emocionante. Na história seguimos os passos de Ruth Slater, interpretada por Sandra Bullock, que levou o filme inteiro nas costas, sem exageros. O ponto mais alto do longa é a atuação de Bullock, que entregou um personagem profundo, que aos poucos vemos transparecer suas diversas camadas. Como um bom drama, o filme possui uma carga emocional muito forte e conseguiu deixar isso bem claro a todo instante, mesmo que tenha se perdido em certos momentos.

Acredito que o ponto mais alto de Imperdoável seja a atuação de Sandra Bullock, que soube dar intensidade necessária a personagem. Como o desenvolvimento do filme depende exclusivamente do avanço que a personagem de Bullock da na história, estamos sempre presos nas cenas sob sua perspectiva e com isso aprendemos sobre a história a medida que a personagem vai se revelando. Temos grandes momentos de interpretação da atriz, que passou a emoção necessária para nos fazer acreditar na dor da personagem. Enquanto o filme acerta ao exlorar os problemas de Ruth, ele peca em entregar um bom panorama dos outros personagens, mas isso não seria um problema se esse não tivesse sido o objetivo do filme. Um exemplo é a atuação de Viola Davis que foi totalmente disperdiçada neste longa, colocando a atriz para contracenar em cenas curtas e sem tanta profundidade, tornando sua atuação muito limitada e sem sentido. Outro problema são os irmãos afetados pelo assassinato de Ruth, que são os filhos do policial, ao mesmo tempo que o filme se propõe a desenvolver a complexidade emocional que os dois vivem, ele erra em fazer isso em curtos momentos sem tanta profundidade e não deixar muito claro esse lado emocional.

A trama do filme é simples e não chega a ser inovadora, mas consegue se desenvolver de forma interessante, mesmo que pecando pelo excesso. Ruth Slater foi julgada culpada pela morte de um chefe de polícia e pagou com 20 anos de prisão, e é aqui que o filme começa, com a personagem deixando a cadeia e seguindo para reconstruir sua vida. A jornada da personagem é mostrada com clareza e apresenta as diversas dificuldades que uma pessoa passa ao sair da prisão. Veremos a personagem passar por problemas no local de trabalho após seus colegas descobrirem sobre seu passado e a taxarem como assassina de policias e também ser perseguida pelos irmãos filhos do policial que ela matou ao mesmo tempo que busca se reconciliar com sua irmã que está sob tutela de novas pessoas e que devido ao trauma, não se recorda dela. A trama leva um tempo para se firmar, mas consegue encontrar um bom ritimo perto do final.

A performance de Bullock e a ótima direção aliadas de uma bela fotografia e trilha sonora fazem o filme ser bem emocionante. Em diversos momentos a câmera soube captar as emoções das cenas e transmiti-las através da atuação impecável de Bullock, com cortes precisos e uma trilha forte que soube acompanhar cada momento. Admito que esses recursos melhoram muito próximo do final do que na primeira 1 hora.

Imperdoável é um ótimo filme de drama para quem gosta do gênero. Mas há problemas, principalmente no tempo do longa, que se estende demais e leva muito tempo para desenvolver coisas simples, além de se propor a apresentar e estabelecer uma visão dos traumas de diversos pontos de vista diferentes, que acabam não sendo bem desenvolvidos e ficando confusos. Mas de forma geral o filme é bom e vale a pena ser conferido. Imperdoável está disponícvel na Netflix e possui 1h47 de duração.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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