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Crítica: Homem-Aranha: Sem Volta para Casa – ★★★★★ (2021)

(Reprodução)

“Está entre nós”, a frase mais dita nos últimos dias é, sem dúvidas, a melhor colocação para Homem-Aranha: Sem Volta para Casa. Depois de longos meses de conspirações e teorias – e aquele trailer com o Lagarto – podemos dizer que, finalmente, está enter nós. E se você quer saber se eles estão entre nós, a resposta é….

A experiência definitiva Marvel, com tudo que um fã precisa para se satisfazer: referências e mais referências. COm suas duas horas e meia, o novo longa do Homem-aranha consegue tirar o fôlego do espectador em diversas cenas, com sorisos, suspiros e até lágrimas. 

Os méritos do filme se sustentam pelo universo cinemátografico da Marvel (não apenas aos estúdios Marvel/Disney). Um espectador mais crítico e menos passional perceberá o quanto o filme é dependente dessa construção. Os vários anos de Marvel possibilitaram Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, já que muita coisa no filme já existiu em algum momento dentro do UCM. Outro ponto conflitante, na construção do longa é a duração e a série de eventos que se prendem à duração, não vejo como problema o filme ter duas partes ou 40 minutos a mais para tapar alguns furos de roteiro ou desenvolver melhor um ou outro personagem.

Se tratando de um filme Marvel, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, entrega bons momentos, que contam com efeitos visuais e muito CGI, que deixam a desejar em alguns momentos, como na cena em que MJ é salva, há uma cena que parece não sofrer com os efeitos da física (não falarei com detalhes para evitar o spoiler). Outro ponto é, que diferente dos outros filmes, aqui não temos grandes lutas, mas não fica fora do “top 5 batalhas Marvel”, contando com uma cena extraordinária de ação, as outras são medianas.

Mesmo com todo o fã-service, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa não consegue ser o melhor filme da Marvel em 2021, nos quesitos críticos, mas, é o que mais agradou ao público e com todo o mérito possível. Não há fotografia marcante, nem trilha sonora que mexa com o espectador (sem contar a trilha musical do personagem), mas o filme consegue apresentar tão bem o desenvolvimento do Peter do Tom Holland, que os critérios técnicos acabam sendo postos de lado. Isso não quer dizer que o filme não é bonito, por contrário, as cenas bonitas seguem padrões estéticos que já vimos em outras obras da Marvel, algumas cenas usam as mesmas paletas de cores de Vingadores : Ultimato, mas isso não é demérito, é uma auto-afirmação que funciona dentro do longa.

Nas atuações, não existem merecedores de Oscar, mas, pela primeira vez, Tom Holland entrega uma cena cuja atuação foge do papel jovem-herói e se destaca por isso. Em contra-partida, Willem Dafoe rouba cada minuto de tela, talvez uma das melhores atuações do filme – me agradou muito como um “psicótico ironico” a la Coringa. Outros atores conseguiram bons momentos de tela, com suas atuações únicas, entre eles: Jon Favreau na cena em que está sendo abordado por policiais; Jacob Batalon, o Ned, com quase todas suas falas engraçadas e algumas participações que não serão mencionadas aqui por motivos de spoiler.

Entretanto, mesmo as boas atuações, o leque de referências e as cenas brilhantes – tanto nos entido estético visual, quanto no sentido de direção – não conseguem deixar o filme 100%, existe algumas “facilidades” narrativas que, para o espectador crítico, deixam a desejar. Evitando spoiler, mencionarei uma: toda a trama que envolve o feitiço de esquecimento e o multiverso, que acaba sendo a motivação mais fraca entre os três filmes do teioso. Funciona? Sim. Um feitiço errado e o multiverso se abrindo é funcional, mas é sem graça, ainda mais comparado aos dois filmes em que os vilões e a trama que os envolviam eram consistentes e críveis. Há outros momentos em que as convenções narrativas – leia: furo de roteiro – incomodam, como quando um personagem X é deixado em meio a uma construção que está desabando e ele sai vivo (!?!), ou quando Dr. Estranho leva o Peter para a dimensão dos espelhos e o desfecho dessa cena é absurdo pelo nível de conveniência. 

Essas facilitações são consequências de más escolhas de roteiro e direção, mas não atrapalham em nada a experiência do espectador que só quer se divertir, ainda mais se considerarmos que nem todo mundo vai escrever uma crítica sobre o filme.

No geral, é a melhor produção Marvel de 2021, quiçá, a melhor obra audiovisual geek do ano. De forma discutível, pode até ser considerado o melhor filme da Marvel, pela quantidade de momentos bons e/ou ótimos. E, é claro, que todo o hype criado em torno do filme ajudou a criar essa experiência definitiva Marvel.

Se você quer ver boas refências, se emocionar, rir e se divertir, Homem-Aranha: Sem Volta para Casa é o filme perfeito para isso. Se puder, assista aos outros filmes do teioso, trilogia com Tobbey e os dois filmes com Andrew Garfield. E se prepare para um dos filmes mais interessantes do ano.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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