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Crítica: Golpes de Vingança – ★★☆☆☆ (2022)

(Reprodução)

A Netflix adicionou em seu catálogo o novo longa de artes marciais, Golpes de Vingança, uma espécie de spin-off da série original da plataforma Wu Assassins, lançada em 2019. O filme tem o foco total na ação e nas lutas e sua narrativa é um tanto quanto simples. O filme começa com um grupo de três amigos que buscam vingança por uma morte de um familiar e, quando percebem, acabam em uma missão para salvar o mundo de um antigo mal. O filme é o típico entretenimento descompromissado, que não exige que você se atente aos detalhes, pois sua dinâmica é bem rápida, quando você perceber, já estará na luta final em um piscar de olhos.

A história do filme é explicada logo nas primeiras cenas e após isso não há mais o que saber, tudo já foi jogado na tela, restando acompanhar os personagens em uma sequência de lutas frenéticas ao longo do filme. Com a morte da irmã de um dos protagonistas, os três amigos decidem vingá-la e partem em busca dos assassinos em Bangcoc. Lá eles acabam descobrindo que a Tríade Chinesa está envolvida e que estão em busca de poderes antigos mortais conhecidos como Wu Xing. Devido a curta duração do longa, a história não é exposta com grandes detalhes, apenas acontece nos intervalos entre as brigas, o que não é um problema, já que o foco é total nas artes marciais.

Com um roteiro bem simples, é natural que as atuações deixem a desejar também. Os atores parecem todos deslocados, não compreendendo bem onde estão, nem o que está acontecendo ao redor, que fica muito evidente em suas expressões. Iko Uwais retorna no longa como o chef Kai Jin da série, mas não há muito o que destacar de sua performance, a não ser sua técnica de artes marciais incrível. Também retorna no longa Lewis Tan como Lu Xin Lee, apresentando bons momentos nas lutas, mas sem qualquer expressão impactante. Um destaque importante para as atuações do longa são as performances femininas que estão incríveis, que aqui não foram inseridas como heroínas, mas sim como vilãs, e apesar de estarem fadadas ao fracasso em virtude do sucesso do heroí, cumprem seu papel com excelência, demonstrando muita habilidade para as cenas de lutas frenéticas. A agente da interpol Adaku, vivida por Pearl Thusi está muito bem nas cenas. A vilã sinistra Ku An Qi, interpretada por Yayaying Rhatha Phongam, já aparece mostrando do que é capaz e de que dará trabalho aos herois em sua missão.

Enquanto por um lado o roteiro e as atuações são ruins, por outro, as coreografias e ambientações são deslumbrantes. Os cenários são bem idealizados e conseguem trazer uma certa imersão com o local pelo qual passamos a cada cena, sem tornar massante com a quantidade de elementos. A fotografia é bonita e os takes das câmeras é bem posicionado, criando uma sensação muito dinâmica, típicas de filmes de ação, que foram muito bem executadas. Já as coreografias das lutas é onde reside toda a aposta do filme. Ao longo de sua curta duração, o filme consegue entregar combates um tanto quanto impressionantes, em que é possível perceber a dedicação dos atores principais para executá-los. Mesmo que os inimigos sejam aqueles bots já conhecidos dos filmes do gênero, é interessante acompanhar o desenrolar da pancadaria a medida que o filme avança. Talvez o combate mais fraco tenha sido o final, mas não irei estragar com spoilers.

Golpes de Vingança é apenas um filme para passar o tempo, no qual você irá contemplar bons visuais e ótimas cenas de artes marciais, porém não espere nada da trama muito menos das atuações. Os acontecimentos são rápidos e sem compromisso nenhum em estabelecer um sentido para os eventos que acontencem, parecendo apenas criar situações para que haja brigas e mais brigas. Se você gosta de ver boas coreografias de artes marciais, este pode ser um bom filme para se entreter, sem grandes expectativas. Golpes de Vingança está disponível na Netflix e possui 1h38 de duração, um fast food cinematográfico.

 

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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