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Crítica: Doutor Estranho 2: No Multiverso da Loucura ★★☆☆☆ (2022)

(Reprodução)

Após dezenas de vazamentos e rumores envolvendo a trama de Doutor Estranho 2, o filme chegou nos cinemas, tornando reais alguns rumores e outros nem tanto. O filme é claramente uma aventura do nosso querido Stephen Strange, aliado ainda ao talento nato de Sam Raimi na direção, porém, a forma como o roteiro se desenvolve é fraca e sem graça, nos mostrando o possível esgotamento da fórmula Marvel de fazer filmes, que já está mais do que perdendo as forças.

É claro que o multiverso é um conceito interessante e os fãs querem ver isso nos cinemas, mas depois de ver sua execução, tanto em Homem-Aranha 3 como agora, fico na dúvida se realmente está sendo aproveitado da maneira mais eficaz.

A história do filme é extremamente simples, Doutor Estranho se encontra com America Chavez sendo perseguida por uma criatura que se assemelha muito ao icônico Shuma-Gorath. Após uma batalha bem interessante, ele descobre que o poder de America está sendo motivo de perseguição pelas criaturas do multiverso, que querem o poder para elas. Com isso, Stephen decide ajudar a garota e parte em busca de respostas sobre o multiverso. É claro que sua busca o leva até Wanda Maximoff, que parecia bem inocente no começo do longa e até se prontifica a ajudar Strange, mas conforme a história avança, vamos vendo a decadência de Wanda e sua passagem para o lado mal.

Aqui já não há mais dúvida, Wanda é a vilã do filme, ela quer os poderes de America para poder viajar no multiverso e ficar com seus filhos em uma realidade que eles existam de fato. Essa motivação é um tanto quanto risível e foi muito mal desenvolvida, sem contar o desfecho, que beira o Deus ex-machina. A história do longa é toda desenvolvida de uma forma a não haver nenhum momento de surpresa, não há nada no filme que não tenha sido previsto ou imaginado pelos vazamentos e rumores que vimos na internet antes do lançamento. Esse fator com certeza prejudicou totalmente a experiência, fazendo o filme parecer uma espécia de mega sena: “nossa, olha só, o rumor acertou aqui” ou então “mais um acerto daquele vazamento, ein”. Assistir o filme foi como ir confirmando os memes e imagens feitas pelos fãs que foram sendo divulgadas antes do lançamento. Sem contar a forma horrível que a história optou por encerrar, revelando certa preguiça do roteiro.

Mas nem tudo é entendiante em Doutor Estranho 2, as atuações foram muito boas, como o esperado dos nomes do elenco. Benedict Cumberbatch está incrível como sempre, seu personagem é irônico e irreverente, o que combina total com a postura do ator. Cumberbatch apenas evoluiu no personagem que vem encorporando há alguns anos. Já Elizabeth Olsen não é capaz de contracenar ao lado de Benedict Cumberbatch de igual para igual. A atriz está bem no papel, mas não é tão imersiva quanto o mago e nesse longa específico, sua atuação ficou um tanto quanto simplória e sem graça. Não pelo fato dela ser a vilã, mas pela forma como o roteiro a desenvolveu. Xochitl Gomez, a America Chavez, é a personagem que mais me encantou no longa, ela está muito bem e tem um carisma contagiante. Espero que sua personagem ganhe mais espaço nas novas histórias. O restante do elenco, não irei revelar para não dar spoiler sobre o que acontece, mas se prepare para confirmar todos os rumores e vazamentos, vai ser como se você já tivesse visto o filme.

E para fechar a produção desse estranho e confuso longa, temos a direção espetacular de Sam Raimi, que deu seu toque pessoal no filme, tornando ele visualmente um espetáculo a parte. A forma como a mente criativa de Raimi pensa as cenas é impressionante, os cortes são precisos e trazem ângulos interessantes e pouco vistos em filmes de super-heróis, tornando essa obra única, desse ponto de vista técnico. O terror que é a marca do diretor, está muito presente no filme, e até temos alguns jump-scares para nos dar aquela acordada, caso você pegue no sono com a chatice da narrativa. A fotografia do filme é outro ponto positivo também, temos ótimas cenas, que foram muito bem construídas. Uma coisa é certa, Sam Raimi fez o seu melhor no longa, e o resultado é surpreedente, uma pena o roteiro ser pobre e sem graça, se não teria sido a obra perfeita da Marvel.

Doutor Estranho 2: No Multiverso da Loucura é tudo o que a internet já havia previsto. Assistir o filme é como ir confirmando esses vários rumores e vazamentos, o que tornou a experiência extremamnete chata e sem graça, a sorte é que o longa é bem rápido e mal dá para perceber o tempo passando, mérito da direção, que faz a parte visual ser muito imersiva e nos deixa menos raivosos com relação ao roteiro meia boca. As atuações do filme estão dentro do esperado, menos para a Wanda Maximoff, que foi tratada mal pelo roteiro, infelizmente. A direção de Raimi é um espetáculo, fazendo a parte visual do filme ser ainda mais marcante. No fim, Doutor Estranho 2 é mais um sintoma do esgotamento, mais do que tardio, da fórmula Marvel, que já está se perdendo quase que completamente.

Doutor Estranho 2: No Multiverso da Loucura está em cartaz nos cinemas do Brasil.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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