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Análise: Call of the Sea – ★★★★☆ (2020)

“Se você ama alguém, deixe-o ir”, esse clichê é uma ótima forma de entender Call of the Sea. O jogo da Out of the Blue Games, é a prova que não precisa de muito para fazer bonito. Com gráficos 3D, que não buscam o realismo, ambientes ricos em detalhes que ajudam a narrativa e com paletas de cores muito bem selecionadas, Call of the Sea é um point and click em sua essência, cheio de quebra-cabeças e com uma das histórias mais belas de amor.

Pega essa Análise! Call of The Sea | Central Xbox
divulgação

Por trás do game, temos a Unreal Engine 4, que apresenta ótimos gráficos e iluminação, mas a alma disso tudo vem de Tatiana Delgado fundadora do estúdio Out of the Blue Games, que buscou em H.P. Lovecraft as principais inspirações para o game, deixando de lado o terror e abraçando o surrealismo do autor. E é inegável o quanto Call of the Sea bebe das fontes de Lovecraft, mas é nítido o quão único o jogo é.

A protagonista Norah pode andar, correr, nadar e interagir com objetos (ela tem algumas outras habilidades, mas não darei spoiler aqui), com0 o jogo é em primeira pessoa, sempre vemos as mãos de Norah, que estão cobertas por luvas, para esconder sua doença misteriosa. Durante o jogo vamos de um lado a outro cumprindo objetivos em uma ilha no Pacífico, buscando o marido de Norah. E como o jogo se passa nos anos 30, não há tecnologia que nos ajude, a principal ajuda vem do caderno de Norah, um diário com registro das missões e da jornada da aventureira. Harry, o marido, sumiu em uma expedição buscando a cura para Norah; Norah, então, contrata um navio para deixá-la na ilha. Chegando à ilha vamos seguindo os passos de Harry, descobrindo o que aconteceu com sua tripulação e descobrindo a descoberta do marido (isso soa estranho, mas faz todo o sentido no game).

Call of the Sea no Steam
reprodução

Enquanto no aventuramos com Norah, vamos recriando os passos de Harry e sua tripulação, desvendando como sua tripulação enlouqueceu e aprendendo os segredos de Norah. Ao estilo de Lovecraft, tudo na ilha tem um sentido maior, surreal e místico, remetendo a povos antigos ou de outras dimensões. Assim como em O chamado de Cthulhu, a tripulação vai enlouquecendo, a “Ilha” vai chamando para algo maior. Nos finalmentes, descobrimos o segredo de Norah e a motivação de Harry em fazer a expedição, mesmo sabendo dos riscos.

Para evitar os spoiler, vamos ao veredito aqui: o jogo é magnífico, a trama é bem desenvolvida e o plot é digno de cinema. Alguns puzzles deixam a desejar, já outros tem fazem “quebrar a cabeça”. O jogo é perfeito para quem quer aprender a jogar videogame, pois tem comandos simples e intuitivos. Com duração de 6 horas, no máximo, Call of the Sea é uma ótima companhia para uma tarde de domingo entediante.

Spoilers abaixo!

3 Call of the Sea Gifs - Gif Abyss
reprodução

O jogo tem um enredo lindo, uma história de amor (com uns furos aqui e ali, nada que atrapalhe). E Harry é o homem mais apaixonado que já pisou na terra e, de uma maneira desajeitada, seu plano foi mostrar à Norah sua origem, por isso fez sua jornada à ilha. E como as coisas saíram dos eixos, Harry deixou pistas para Norah achá-lo e descobrir sobre sua origem.

E jogamos essa jornada de Norah, que tem o objetivo dela e dele, objetivo dela era achar Harry e o objetivo dele era que Norah descobrisse que pertence a um povo antigo com características de peixe, ele se transformaria em “mulher-peixe” (aqui a inspiração lovecraftiana é forte). No final Norah chega a tempo de salvar Harry, que estava com problemas, e descobre sua origem. A tal doença, na verdade, era sua verdadeira forma aparecendo, Harry foi até a ilha para descobrir mais sobre isso e quando descobriu, fez de tudo para que Norah descobrisse e vivesse sua vida em paz, a condição de Norah não permitiria que os dois vivessem juntos, pensando nisso Harry, que sabia que Norah não aceitaria a verdade sendo contada por ele, resolveu criar toda a aventura para sua amada, assim ela descobriria sua origem por conta própria. Parte do plano de Harry era simular sua morte, para Norah viver em paz, mas como eles se encontram no final e sabemos do plano de Harry, já podemos imaginar que eles não ficaram juntos. E é aqui que a frase que abre esse artigo faz sentido, mesmo deixando ela ir, ela decide ficar, até que o processo de transformação esteja completo e eles finalmente se afastam. Assim ela cumpre o “Chamado do mar”. E assim o jogo acaba, deixando um mix de alegria e tristeza, por causa do amor de Harry e o romance impossível.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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