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Análise: Paradise Killer – ★★★★★ (2020)

Paradise Killer/ Divulgação


Lady Love Dies, após ser solta de um exílio de 3 milhões de dias, recebe a missão de investigar e descobrir o que realmente aconteceu no assassinato do concelho da vigésima e quarta ilha. Com toques de Agatha Christie, Thomas Pynchon, H.P. Lovecraft e JoJo, Paradise Killer, primeiro jogo da Kaizen Game Works, teria tudo para ser uma bagunça, mas acabou de ser uma das hidden gems de 2020 que mais merecia atenção.


Entre uma mistura de visual novel, adventure e exploração, Paradise Killer te deixa no papel de Lady Love Dies, que como dito antes, está saindo do exílio para uma investigação. Os chanceleres da ilha 24 foram mortos momentos antes da evacuação para a ilha 25, a ilha foi assim fechada com os membros restantes do sindicato, e Henry, o principal suspeito dos assassinatos.

 

Paradise Killer


A investigação é feita de forma livre, a partir do momento em que o jogo se inicia, você já pode falar com todos os suspeitos e explorar a ilha livremente. Todo o sistema é muito simples, você anda, corre, pula e interage com o que está na sua frente, sendo que a maior parte do tempo você vai estar percorrendo a ilha para buscar pistas e conversar com os suspeitos. Quanto mais você recolhe depoimentos, mais seu menu de casos vai aumentando, sendo divididos em três partes para cada personagem: testemunho, álibi e quebra de álibi. A ideia é que você recolha o maior número de informações que conseguir, e assim que decidir, poderá voltar para o Juiz para iniciar o julgamento e dar final ao jogo. O jogo está disponível para PC, Mac OS e Switch.

Estilo e bizarrice é o que não falta nesse jogo, seus personagens parecem ser retirados de JoJo, seja por suas excentricidades ou por seus designs maravilhosos. Também tem sua trilha sonora, e que trilha sonora sensacional. Em sua maior parte é um Jazz, mas existe uma mistura de Vaporwave com uma balada agitada, dando uma característica única. Falando em Vaporwave, é talvez o melhor uso de direção de arte baseada no estilo.

Tanto história quanto sua progressão também são bem originais, você, assim como o sindicato, são seres imortais que veneram deuses alienígenas mortos, as ilhas são construídas para servir de base para um ritual de ressuscitação dos deuses, e a ilha atual é vigésima e quarta, pois todas as outras já foram destruídas no processo por erros do próprio conselho. Inclusive o assassinato do conselho está desencadeando a destruição da vigésima e quarta ilha, então o julgamento está acontecendo momentos antes da sua destruição.


Paradise Killer


Mesmo com seu humor, há muito espaço para temas e debates aqui. Seus personagens são personificações de seus temas. Witness to the End (Já deu pra notar que todos personagens tem nomes um tanto quanto inusitados né?) é um fanático religioso que tenta reerguer a fé das pessoas, Akiko é uma líder militar que além de não cooperar com a investigação, tende a ideais fascistas. Henry é o único humano e enxerga o sindicato como escravagistas e tende a ideias anarquistas.

Há muito espaço para se divertir, quebrar a cabeça e refletir em Paradise Killer. Não é difícil imaginar que daqui a alguns anos ele acabe se tornando um clássico. Sendo o primeiro jogo da Kaizen Game Works, é notável a paixão em cada polígono desse jogo. Tendo aproximadamente de 12 a 15 horas de jogo, ele consegue não só contar uma ótima história, mas deixar o jogador participar ativamente de como essa história vai se formar, e nesse processo é impossível não criar um vínculo e se apaixonar por Paradise Killer.

Sobre Matheus Henrique

Amante do cinema, jogos e literatura, buscando estudar e aprender sobre o que ama e assim trilhar o caminho de crítico. Escrevo algumas coisas no Letterboxd e Instagram de vez em nunca. Letterboxd: https://letterboxd.com/Matatheusx/

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