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Análise: World’s End Club – ★★☆☆☆ (2021)

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Quando dois grandes roteiristas, que são aclamados logo pelos seus enredos intrigantes e pelos seus personagens carismáticos, se juntam, a ideia é que uma história complexa e com possíveis grandes reviravoltas venha à tona. Kotaro Uchikoshi, da série Zero Escape e Kazutaka Kodaka, criador da série Danganronpa, unem-se em um projeto um tanto quanto diferente de seus últimos jogos, criando um jogo infantil muito mais pautado no poder da amizade e menos em investigações, por mais que muitos mistérios rondam o jogo.

World ‘s End Club é um projeto que aparenta ser ambicioso quando ligamos os nomes dos criadores, ainda mais quando lembramos que foi 999 uma das visual novels que popularizou o gênero no ocidente, e Danganronpa é uma das franquias favoritas entre os amantes do gênero. Entretanto o que temos aqui é um jogo de plataforma extremamente simples, seja na história ou gameplay, além de uma falta de polimento absurda, o que provavelmente se deve por não ter sido desenvolvido na Spike Chunsoft, antigo estúdio que ambos participavam e sim na Izanagi Games, estúdio que ambos fundaram em pró de terem liberdade criativa.

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Com onze crianças acordando em um parque aquático, logo elas são encorajadas a fazer um jogo de vida ou morte, tendo uma hora pra encontrar a pulseira que tem o desafio dela, o problema é que todos tem uma pulseira amarrada em seus braços, ou seja, todos estão com o desafio de outro participante. Parece super interessante a premissa, lembrando muito jogos anteriores de seus criadores, mas a trama acaba quebrando as expectativas em seguida, entrando em uma aventura pautada em amizade, aprendizado, e bem, salvar a humanidade de um grande mal.

Ela faz isso muito bem de início, parece que tanto Uchikoshi quanto Kodaka botaram seus corações nesse projeto, pois tem muito amor a cada momento do jogo, cada momento parece épico, cheio de mistérios que eles querem que os jogadores se sintam instigados a descobrir e muita doçura. Poderia ser o jogo dos sonhos de qualquer fã de plataformas com puzzles, o problema começa exatamente aí, seu elemento de plataforma é impreciso e os puzzles são extremamente simples. Não necessitava uma grande jogabilidade e puzzles extremamente desafiadores, mas é um tanto quanto impreciso jogar com os personagens e os puzzles são baseados em como você vai chegar em algum lugar passando por algum obstáculo, mas sempre se baseia na mesma forma de solução.

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Há muitos momentos em que os personagens param unicamente para conversar, mas além de serem muitas vezes desnecessários, unicamente para falarem bobajadas, algumas vezes parecem durar horas de tão monótonos. Eles são praticamente momentos de Visual Novel. Aliado a gameplay que já não é das melhores, o jogo rapidamente vai cansando o jogador. Nesse amontoado de diálogos está uma parcela da história, mas até ela vai perdendo seu charme, pois necessita muito do jogador para chegar nela, e logo se percebe que ela não é tão interessante, mesmo que ainda boa, mas não recompensa a altura pelo esforço que o jogador necessita passar por todos esses momentos cansativos.

O jogo tem uma opção interessante de bifurcação de caminhos na história, sempre que o jogador está com o grupo reunido, ele necessita escolher qual caminho tomar para chegar até o objetivo principal, o que dá uma sensação de escolha e consequência como os próprios jogos do Uchikoshi costumam ter, mas infelizmente além de falsa, ela exige que mais pra frente você faça todos os caminhos que não fez. O jogo parece ser uma antítese de tudo que eles já fizeram, e nesse momento específico, é um dos momentos que provavelmente os jogadores vão estar mais cansados. Não existe motivo para o jogo dar opções de caminho se no final ele pretende ser um jogo linear.

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Outro grande problema, e talvez o maior de todos, é a má optimização que o jogo tem. Alguns momentos o jogo simplesmente vai rodar a uns 10 fps, o port dele para PC é horrível infelizmente. Alguns momentos contra chefes você simplesmente tem que pausar o jogo (no menu de pause ele roda normal, o problema é somente na gameplay, o que não faz sentido) e esperar uns dez segundos e voltar para o jogo, ou senão tu morre por alguma bobeira.

Infelizmente World ‘s End Club é um jogo péssimo, isso vindo de duas mentes brilhantes. Narrativa, gameplay e falta de optimização o fazem um jogo extremamente problemático, se tornando dispensável, mesmo para aqueles que são fãs de ambos os criadores. O jogo está disponível para iOS, Switch e PC.

 

Sobre Matheus Henrique

Amante do cinema, jogos e literatura, buscando estudar e aprender sobre o que ama e assim trilhar o caminho de crítico. Escrevo algumas coisas no Letterboxd e Instagram de vez em nunca. Letterboxd: https://letterboxd.com/Matatheusx/

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