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Artigo | “Terrifier” e a violência chocante como espelho da sociedade

"Terrifier 3" reflete as ansiedades sociais contemporâneas através de sua violência extrema e o fascínio dos jovens pelo terror gráfico.

A estreia de “Terrifier 3” em alguns países gerou polêmica, principalmente pela cena de abertura, que chocou muitos espectadores. Extremamente violenta, essa sequência inicial dividiu opiniões. Uns aplaudem a ousadia, enquanto outros criticam os excessos. O filme se destaca com sua violência extrema, um elemento que tem conquistado cada vez mais espaço. Mas por que esse tipo de produção atrai tanto, especialmente o público jovem? Existem limites para a violência no cinema?

O sucesso de Terrifier 3 e o apelo ao choque em uma sociedade violenta

“Terrifier 3” reforça o sucesso de seu antecessor com cenas sangrentas e impactantes. Enquanto muitos filmes de terror trabalham o medo psicológico, Terrifier aposta no choque visual. A juventude contemporânea, já acostumada com a violência diária nas redes e nas notícias, parece encontrar nesse tipo de filme um reflexo de suas próprias realidades. Não é apenas o escapismo que atrai esse público, mas também o desejo de confrontar o horror de frente.

Vivemos em um mundo marcado pela violência, o que influencia diretamente o sucesso de filmes como “Terrifier 3”. O cinema de terror sempre espelhou as ansiedades sociais, e Terrifier surge como uma forma de processar as tensões atuais. Ao observarmos eventos recentes de violência, como ataques em escolas, é possível entender por que o público se interessa por filmes que exploram esses temas de maneira tão crua.

Além disso, a constante exposição a imagens violentas nas redes sociais e na mídia digital aproxima o cinema da vida real. A linha entre entretenimento e realidade se torna cada vez mais tênue.

O papel do terror, do medo e da violência em momentos de crise

Filmes de terror sempre são relevantes em épocas de crise. Durante o pós-guerra, por exemplo, o horror italiano explorou traumas sociais através de produções sangrentas. Atualmente, vivemos um cenário semelhante. O medo da violência nas ruas e nas escolas influencia a criação e o consumo de filmes como “Terrifier 3”. Assim como no passado, o terror serve como válvula de escape para ansiedades coletivas.

Nos últimos anos, outros filmes de terror, como “Terrifier 2”, “Hereditário” e “Midsommar”, também exploraram o medo e a violência. Cada um à sua maneira, esses filmes refletem ansiedades sociais contemporâneas. “Hereditário”, por exemplo, trabalha o trauma familiar, enquanto “Midsommar” explora o choque cultural. Já “Terrifier 3” opta por uma abordagem mais direta, com uma violência explícita que provoca o público.

 

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Reflexões sobre a violência no cinema

O grande debate que “Terrifier 3” levanta é: até onde o cinema pode ir na representação da violência? Embora alguns argumentem que filmes assim banalizam a brutalidade, outros acreditam que eles apenas refletem uma realidade já violenta. O impacto dessas produções no público, principalmente nos jovens, é um ponto de discussão relevante. A exposição constante a esse tipo de conteúdo pode gerar tanto reflexões quanto insensibilização.

O terror sempre foi uma forma de nos confrontar com nossos medos mais profundos. Em um mundo cada vez mais violento, filmes como “Terrifier 3” não apenas refletem a sociedade, mas também moldam a nossa percepção dela.

Por fim, vale lembrar que “Terrifier 3” estreia no Brasil no dia 31 de outubro e para mais conteúdos sobre cultura pop, continue acompanhando o Geek Sapiens.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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