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Crítica | “A Substância” ★★★★★

Crítica de "A Substância" destacando impactos sociais e performances.

“A Substância”, dirigida por Coralie Fargeat, transcende o horror convencional para explorar a obsessão com a beleza e a juventude em nossa cultura. O filme, estrelado por Demi Moore e Margaret Qualley, revela-se uma narrativa desconfortável e reflexiva, mas necessária sobre padrões de beleza inatingíveis e suas consequências devastadoras.

Elisabeth Sparkle (Moore) é uma ex-ginasta e estrela de TV que se depara com a ameaça do envelhecimento e da irrelevância. Quando uma substância misteriosa promete devolver sua beleza e juventude perdidas, Elisabeth se encontra em uma jornada de autodescoberta e horror psicológico. A trama se desenvolve com intensidade, tecendo uma alegoria moderna sobre vaidade e autoaceitação que prende e provoca o espectador.

Demi Moore entrega uma das performances mais emocionantes e complexas de sua carreira, alternando entre vulnerabilidade e uma crescente obsessão com sua aparência. Margaret Qualley complementa Moore com uma interpretação que mescla inocência e desespero, representando não apenas a juventude de Elisabeth mas também as pressões e os desafios enfrentados pelas mulheres jovens na sociedade atual.

O desconforto visual e social de “A Substância”

Fargeat é mestre em criar uma atmosfera de tensão e desconforto visual. Sua direção é incisiva, utilizando a cinematografia para refletir o conflito interno dos personagens e a dualidade entre a realidade e a percepção distorcida de si mesmos. Além disso, a direção artística é meticulosa, com uma paleta de cores que oscila entre tons frios e quentes, simbolizando as flutuações emocionais de Elisabeth.

“A Substância” se destaca como uma crítica mordaz à indústria da beleza e à cultura que perpetua padrões de beleza desconectados da realidade. O filme convida à reflexão sobre a objetificação e a mercantilização do corpo feminino, além de provocar um diálogo necessário sobre saúde mental e autoimagem.

Este filme é uma obra provocativa que merece sua atenção. É uma exploração crucial dos temas como beleza, identidade e a pressão para manter a juventude a qualquer custo. Por fim, “A Substância” é recomendado para quem aprecia cinema que desafia e provoca, oferecendo uma oportunidade para introspecção e debate.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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