Crítica: Alerta Vermelho – ★★★☆☆ (2021)

Alerta Vermelho é o novo longa da Netflix, estrelado por Dwayne Johnson, Gal Gadot e Ryan Reynolds. O filme traz uma trama de assalto básica, sem grandes novidades, apostando muito na ação e no carisma dos personagens centrais. A premissa gira em torno do assalto dos Ovos de Cleópatra, uma relíquia histórica com valor inestimável. As cenas de ação do filme são realmente impressioantes, muito bem desenvolvidas, assim como o humor, mas não compensam as quase 2 horas de duração do filme.

A aposta maior do longa, talvez tenha sido seu trio de protagonistas bem humorados e de moralidade dúbia. A maior parte da história do filme segue pela perspectiva da interação entre esses personagens. Mas antes de falarmos das interações, vamos falar de quem são. John Hartley , interpretado por The Rock, é um agente do FBI especializado em reconhecer perfis que acaba se envolvendo no assalto dos ovos de forma que pode complicar sua carreira. O ator entrega o esperado, uma muralha de terno com um grande carisma e que até manda bem nas lutas. Nolan Booth, conhecido por ser o segundo maior ladrão de arte do mundo, vivido por Ryan Reynolds, é o piadista do grupo, não calando a boca um minuto sequer no filme, provavelmente algo herdado de sua interpretação em Deadpool. A dupla trabalha bem e tem bons momentos, mas terem esticado demais as cenas tornaram um pouco cansativo, por mais que os atores sejam carismáticos. Já a inimiga da dupla, ou que parece ser, conhecida apenas por O Bispo, interpretada por Gal Gadot, é uma personagem misteriosa, conhecida por ser a maior ladra de arte do mundo e que também possui uma enorme habilidade de combate. A personagem é marcante e está sempre um passo a frente da dupla, envolvendo os dois nos mais diversos tipos de perigo. O trio funciona bem, tendo uma boa química. As cenas com os três são divertidas, mas infelizmente a aposta no carisma dos atores não compensou o resto. Lembra da cena do trailer onde os 3 lutam? Pois é, essa foi a melhor cena…

Quanto a história do longa, como eu mencionei no início, não traz nenhuma novidade. Um artefato histórico extremamente valioso, os Ovos de Celópatra, desejado por um burguês egípcio para presentear sua filha, que anuncia uma enorme recomepnsa para quem os entregar. Aqui temos um acerto interessante do roteiro, o desenvolvimento a respeito da história por trás dos ovos, que embora não seja verdadeira, é muito bem contada, chegando a ser bem convincente. Confesso que gosto de filmes que brincam com teorias de conspiração a cerca de artefatos históricos. E quanto a teorias da conspiração, por mais estranho que isso possa parecer, em certo momento do filme a narrativa da um salto e do nada na história os ovos são relacionados a tesouros nazistas guardados na América do Sul. Mas, infelizmente, esses talvez sejam os únicos pontos que achei interessante na questão da trama, que é arrastada sem nenhuma necessidade, criando cenas enfadonhas e cansativas, que visam apenas explorar o carisma dos personagens, sem agregar nada para a trama principal. Gostaria de destacar também o plot twist que temos perto do final do filme, que me agradou em certo ponto, mas que também se arrasta de forma desnecessaria.

Já na parte técnica, temos o que era esperado de uma produção de alto orçamento. As cenas são incríveis, os cenários estão bem produzidos, dando um clima certeiro no longa. Os efeitos também não deixam a desejar e me agradaram muito, principalmente as cenas de ação, que foram muito bem desenvolvidas. Como mencionei um pouco acima, a cena em que os 3 protagonista lutam pelo artefato é uma das melhores cenas de luta do longa, mas que já havia sido revelada praticamente inteira pelo trailer, ainda assim não perdeu o seu charme. A cena é muito bem produzida e tem uma coreografia excelente, com um destaque para a personagem de Gadot, que deu a maior surra nos dois marmanjos. Um outro destaque que quero fazer é da sequência da fuga da prisão, quando Booth e Hartley estão prestes a fugir em um helicóptero e são alvejados com um missíl de bazuca. Quando parecia impossível que eles saíriam dali com o helicóptero inteiro, The Rock ardilosamente nos brinda com uma sacada mais do que mirabolante, que com certeza vai te deixar de cabelo em pé, não só por ser uma cena absurda, mas principalmente por ser inesperada. No geral, a parte técnica do filme está deslumbrante, mas peca pelo excesso de tempo.

Claramente a proposta do filme foi o desenvolvimento dos personagens principais e na trama que os cerca. Os plot twists envolvendo o grupo são até que agradáveis, embora forcem um pouco. o filme começa como uma trama mais centrada no assalto e de repente somos jogados em uma aventura no estilo Indiana Jones, o que me incomodou um pouco, para ser honesto. Acredito que forçar a construção da trama se baseando apenas no carisma dos personagens para ver onde ele levaria talvez não tenha sido a melhor aposta.

É isso, Alerta Vermelho é um bom filme em sua ideia, mas que errou na sua execução. A aposta cega em uma trama simples, sem grande desenolvimento, contribuiu para que o filme se tornasse entediante, criando aquela famosa sensação de que o tempo não está passando, algo ruim quando se trata de um tempo investido no entretenimento. As atuações estão incríveis, ver The Rock, Gal Gadot e Ryan Reynolds interagindo é muito divertido, mas faltou criarem um cenário melhor para essa interação, que valorizasse mais os atores, com um roteiro um pouco mais certeiro. Se você gosta dos atores, o filme pode ser uma boa pedida por entregar essa experiência inusitada nas atuações, mas se você vai apenas pela ação, pode ser que ache um pouco cansativo. Alerta Vermelho Está disponível na Netflix e tem cerca de 2 horas de duração.