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Crítica: Alice in Borderland – 2ª Temporada ★★★★☆ (2022)

(Reprodução)

Após uma espera angustiante, chega no catálogo da Netflix a aguardada segunda temporada de Alice in Borderland. A série, baseada no mangá homônimo de Haro Aso, fez um enorme sucesso em sua estreia, com uma temática intrigante de jogos violentos. A segunda parte além de dar continuidade na trama sem perder a qualidade, também entrega um desfecho surpreendente, para aqueles que não leram a obra original.

A narrativa se desenovolve com mais foco na estrutura dos jogos, apresentando mais detalhes sobre o mundo estranho que os personagens estão inseridos. Os personagens são melhor desenvolvidos, apresentando mais detalhes da equipe que se forma no final da primeira parte, nos conectando mais com eles. Há alguns dramas exagerados nessa temporada, mas o desenvolvimento não é prejudicado com isso. O final é o ponto mais surpreendente da série.

Os eventos da primeira parte da série focavam em estabelecer este universo estranho no qual os personagens haviam sido inseridos, apresentando as regras, os jogos e as consequências mortais de cada um deles. Já a segunda parte, o foco é total nos personagens e na relação entre eles, algo que é extremamente importante para compreender o final da série. Ao longo dos episódios serão explorados o passado desses personagens, enquanto eles tentam desvendar os mistérios sobre aquele mundo. Os jogos dessa segunda parte são diferentes: se antes os jogos eram mais focados na eliminação, agora, os jogos eram voltados a enfrentar um “chefão”, que está relacionado aos nipes do baralho, também apresentados na primeira parte. Há jogos de violência e combate, mas principalmente jogos mentais.

Os mistérios sobre a origem dos jogos, quem é o organizador e o motivo dos persoangens estarem ali é enfim revelado nessa temporada. Não vou dizer aqui para não estragar sua experiência, mas posso dizer que o desfecho é o que mais me surpreendeu na série. A forma como a grande revelação foi conduzida é muito bem elaborada, que para mim foi o ponto mais alto da série.

Alguns pontos com relação ao desenvolvimento dos personagens ficou um pouco estranho para mim: Arisu, que antes era um estrategista implacável, com uma inteligência sem igual para solucionar os jogos, passou a ser um personagem um pouco menos “capaz” de solucionar os problemas. A sensação que passa é de que ele foi enfraquecido, para não se destacar tanto quanto na primeira temporada. Mas esse detalhe não chega a ser algo que incomode, muito pelo contrário, permite que os outros personagens tenham espaço na narrativa para desenvolver suas motivações  e não fiquem na sombra do protagonista. Além de expandir e desenvolver melhor os personagens do time, também somos apresentados a novos personagens muito interessantes, principalmente os vilões.

Uma das marcas da série é a violência e a qualidade na qual ela é representada na série. Na segunda parte o padrão de qualidade se mantém, e não só isso, se expande, com jogos que possuem mortem terríveis de se imaginar, como um que o jogador é banhado em ácido caso perca o jogo. O visual da série também melhorou muito, com cenários mais imersivos, que apresentam mais desse mundo bizarro e suas características. A qualidade dos efeitos é muito boa, deixando os visuais bem impressionantes. A direção dos episódios acerta na condução da trama, com bons cortes de ação e diálogos impactantes ao mesmo tempo que reflexivos.

É certo dizer: a longa espera valeu a pena! A segunda temporada de Alice in Borderland é muito boa, não só mantendo a qualidade da primeira parte, mas expandindo o conteúdo e o tornando ainda melhor. A trama agora é mais descentralizada, dando espaço para o desenvolvimento de todos os personagens com suas motivações. As atuações são ótimas, os noos personanges são carismáticos e roubam a cena ao lado dos protagonistas. Os efeitos especiais da série mantém-se fiel a primeira parte, ampliando a violência e construindo um visual bonito para o mundo distópico. A série pode parecer mais uma sobre jogos violentos com participantes ingênuos, mas seu desfecho propõe uma reflexão interessante e muito pertinente que merece ser contemplada.

A segunda temporada de Alice in Borderland está disponível na Netflix.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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