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Crítica: Amor, sublime amor ★★★★☆ (2021)

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O remake do musical Amor, sublime amor, de 1961, vem com uma roupagem nova e uma qualidade técnica digna de Oscar, mas é enfadonho e arrastado.

A história de amor entre os jovens Tony e Maria, respectivamente Ansel Elgort e Rachel Zegler se passa nos anos 50 em Nova York. Com uma trama que lembra muito Vidas Sem Rumo, com as richas de gangue, o longa se dedica a apresentar belas canções e excelentes coreografias, bem como ótimas escolhas de figurino.

Pensando em uma atualização, alguns aspectos da trama poderiam ser atualizados para que se possibilitasse debates profundo, como a xenofobia ou o  preconceito entre as classes sociais, mas os roteiristas Tony Kushner, Arthur Laurents e o diretor Steven Spielberg apostaram em manter o filme no campo do entretenimento, sem abrir muito espaço para discussões profundas ou reflexivas, pelo menos num olhar mais raso sobre a trama. Há sim momentos de questionamentos e “cutucadas” em certos comportamentos ou posicionamentos diante de problemas sociais, como os porto-riquenhos não serem reconhecidos como americanos (leia: estadunidense), mas esses momentos são ofuscados pela trama e pelas canções.

Como um musical, três coisas devem se destacar: as músicas, as danças e a história. Na nova versão, este tripé é o sustentáculo do longa, mas a forma como a história se desenvolve é um fator negativo para quem vai assistir em casa, já que as quase 2h40 minutos do filme se arrastam em músicas que parecem se repetir (devido aos ritmos) e os personagens pouco cativantes.

Analisando o filme em três momentos, temos uma ótima abertura com os primeiros 40 minutos, somos apresentados aos personagens, nos encontramos com os problemas dos Jets e dos Sharks, as gangues do filme e tomamos ciência do casal de protagonistas. A parte dois, que dura boa parte do filme, se arrasta e parece se limitar a execuções de músicas que exploram os ritmos latinos, mas não encantam. Finalmente o arco final, que é espetacular, apesar das mudanças com o filme original. Neste momento, as músicas e os atores entregam o climax do filme de maneira a se desejar mais, e, ao mesmo tempo, chegar logo ao fim – não por cansaço, mas para ver a conclusão da história.

O papel de Spielberg é fundamental na direção do filme, já que o diretor é habituado a mesclar ótimas cenas com belissímas trilhas sonoras. Aqui não é diferente, apesar de estar com um elenco estreante, o diretor faz das cenas de dança e música, cenas que contam uma história, sem se parecerem com as cens do live actions  da Disney ou com musicais exagerados como Cats. O jogo de câmeras, os cortes e as tomadas mais longas fazem da maioria das coreografias movimentos perfeitos – com excessão da cena do ginásio, pois lá, a sensação é que os cortes não ajudaram a cena.

Concorrendo ao Oscar de melhor diretor, melhor filme, melhor atriz coadjuvante, melhor fotografia, melhor direção de arte, melhor figurino, academy award for best sound, Amor, sublime amor, está disponível no Diney+ e não é um filme fácil de assitir, é longo e com trilhas sonoras que parecem se repetir, pela sonoridade. Entretanto vale muito a pena dar uma chance para o longa e conferir o espetacular trabalho de coreografia de Jerome Robbins e de direção de Spielberg.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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