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Crítica: Avatar 2 – O Caminho da Água ★★★☆☆ (2022)

(Reprodução)

Finalmente está entre nós a aguardada sequência de Avatar, após 13 anos de longa espera. Muitos se perguntaram o motivo para esse filme existir e até mesmo se há um motivo. Mas como a arte vive do excesso, motivos são o que não faltam. Avatar 2 chega para nos contar como as coisas seguiram em Pandora e quais rumos irão tomar a partir de agora.

O longa é um espetáculo visual. A equipe de James Cameron é simplesmente inacreditável, o nível do trabalho gráfico é de longe o melhor já realizado no cinema, mas há quem possa discordar. No entanto, a parte da narrativa deixa muito a desejar, tentando criar sentido para coisas que simplesmente não funcionam. A começar pela sua duração, que pode vir a ser uma tarefa hercúlea de se completar, amenizada apenas pela beleza do que estamos contemplando.

Vamos começar então pela narrativa. Em O Caminho da Água, vemos Jake Sully, herói do primeiro longa, seguindo a vida com sua família em Pandora. Um tempo de paz se instaurou por alguns anos, até que de repente surge uma nova, e antiga, ameaça, que pode colocar a paz da família em risco. Claro, isso é apenas um super resumo de toda a trama que será tecida nas 3 horas de filme. Mas o mais importante é notar que a trama em si não funciona. Jake percebe o risco que essa nova guerra contra os humanos poderia ter para sua família e decide abandonar seu título de campeão e sua terra para partir para uma nova área, em busca de novos sentidos, para seguir em frente com sua vida.

Mas o óbvio é o que já esperávamos, o conflito vai até ele e tudo acontece da forma como deveria acontecer. Cameron também aposta alto em exaltar e validar uma ideia da família como núcleo social funcional, com todas as figuras em seu devido local, cumprindo seus papéis da forma mais comum possível. Talvez isso para trazer esse público mais família para os cinemas, quem sabe.

Enfim, a trama é imprecisa e cheia da típica “encheção de linguiça”, fazendo com que o desenvolvimento fique massante e chato. Claro que há diversas mensagens importantes, escondidas dentro da narrativa. Mas essas mensagens não são claras para o público que não está familiarizado com os conceitos em volta da luta pelos direitos dos animais, ou até mesmo com ideias como “reparação histórica” e “colonização de exploração”. Sem forçar essas leituras, a narrativa é praticamente descartável de tão enfadonha.

Muito tem se dito das atuações e de quanto os atores tiveram de realizar para tornar os efeitos especiais os mais realistas e incríveis que a nossa tecnologia pudesse realizar. É notável ver o avanço que a tecnologia de captura de movimentos tem realizado nos últimos anos. Smeagol, Thanos, e agora os Na’vi. Não notar esse uso impressionante dos efeitos visuais seria um erro imenso ao comentar sobre o filme, afinal, ele é todo construído para que notássemos isso.

Os efeitos especiais são de encher os olhos. Uma experiência fantástica que, sem dúvida, irá te emocionar em diversos momentos, pelo nível técnico e qualidade impecável dos visuais do filme. A forma como Cameron consegue capturar as cenas é impressionante. A experiência do diretor é claramente o seu maior ponto forte. Na construção das cenas fica nítido o cuidado com os detalhes e a maneira precisa como ele faz a captura dos momentos. As cenas de ação então, são simplesmente de tirar o fôlego. Com 3 horas de filme, temos muitos combates, alguns bem gratuitos, que me impressionaram pelo altíssimo nível técnico. Comentar sobre o CGI desse filme é chover no molhado, mas uma coisa é certa em relação ao nível da obra, Avatar 2 está muito acima dos padrões do atual mundo cinematográfico. Cameron cumpriu muito bem sua tarefa, e o resultado não poderia ser menos do que incrível.

Avatar 2 O caminho da Água é uma obra interessante, um bom scifi, que utiliza bem os elementos necessários desse gênero para entregar uma experiência marcante para o público. Sem dúvida eu não verei os efeitos especiais da mesma forma depois de conferir Avatar 2. Mas como nem tudo pode ser 100% perfeito, o longa sofre para manter o interesse em sua narrativa fraca e sem sentido, se arrastando por longas 3 horas que parecem nunca terminar. As atuações do filme são todas amparadas pelos efeitos gráficos, portanto o mérito acaba sendo da parte técnica, que soube captar as emoções dos personges e transmiti-las de forma bem legítima na tela. Avatar 2 é um bom filme, um marco para os efeitos visuais, provavelmente uma máquina de bilheteria, que vai encher os bolsos dos produtores.

Avatar 2 O Caminho da Água está em exibição nos cinemas brasileiros.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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