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Crítica: Cadáver – ★★★☆☆ (2018)

(Reprodução)

A Netflix adicionou mais um filme de terror em seu vasto catálogo de filmes, Cadáver, dirigido por Diederik Van Rooijen, um longa simples com uma proposta de terror mesclada com elementos religiosos. Mas quando algo é para dar errado, o erro já começa antes mesmo de inciar o filme, com a tradução do nome, que no original é The Possession of Hannah Grace, o que na tradução livre seria algo do tipo: A Possessão de Hannah Grace, ou seja, traduzir um nome como esse para algo totalmente distante como Cadáver, é meio que um vacilo. O longa é um terror que envolve possessão demoníaca, algo bem comum no gênero, mas aqui é aplicado sobre uma perspectiva um tanto quando diferenciada, que nos ajuda a manter o interesse pelo desfecho da história, que não é nada surpreendente, chegando até a ser previsível, mas que ainda sim pode ser agradável.

Na história acompanhamos a personagem Megan Reed, uma policial que após um trauma sofrido em campo que resultou na morte de seu parceiro passa a ter problemas com vicio e precisa encontrar um novo emprego para seguir em frente com sua vida. Megan consegue um emprego no necrotério de um hospital, um local um tanto quanto sinistro e bem propício a fazê-la relembrar de seu trauma. No início tudo ia bem, mas coisas estranhas passam a acontecer quando o cadáver de Hannah Grace chega no necrotério e um estranho homem começa a perturbá-la querendo entrar no local. O desenvolvimetno da história é interessante e consegue ser bom a ponto de nos manter interessados pelo que vem a seguir, principalmente quando começam os ataques sinistros e a corrida para descobrir o que está acontecendo. O roteiro não é dos melhores, as cenas são previsíveis e os sustos também, ainda mais com um protagonista que não tem medo de enfrentar o desconhecido e sempre avança em direção ao problema a fim de resolvê-lo.

E por falar em protagonista valente, Shay Mitchell, eternizada como Emily Fields de Pretty Little Liars, está muito bem neste longa. A atriz embora não demonstre boas reações de acordo com os acontecimentos, soube levar as cenas de forma plausível para alguém naquela situação. As outras atuações também estão ok, tudo dentro do possivel para um filme do gênero, onde o que imprta é os sustos e as mortes impactantes. A personagem de Hannah não é muito explorada, ela é apenas jogada em cena e forçada a reagir dentro dos parâmetros de uma pessoa possuída, nada de muito inovador aqui. E por falar em não inovar, o filme segue a cartilha de filmes com teor religioso e explora isso utilizando da ironia para debochar desta crença um tanto quanto datada, o demônio possui a garota, ela usa branco durante o exorcismo, o pescoço dela vira, há poderes paranormais que levitam as pessoas, mortes sem tanto significado, tudo de acordo com o padrão destes filmes.

Os efeitos do filme não são dos piores também, tudo acontece dentro de um ambiente controlado e um tanto quanto claustrofóbico, mas que funciona perfeitamente para o contexto. Os cortes são até que bem precisos, embora vacilem um pouco e acabam que por tornar as cenas de tensão um tanto quanto previsíveis, estragando um pouco a expectativa pelo jump scare. Os efeitos gráficos da garota possuída também são bem satisfatórios, o corpo dela no início é bem chocante de se ver no começo e a maneira dela de andar é um tanto quando assustadora, sem contar que bebe em referências dos clássicos. A atmosfera é oportuna e a trilha sonora também contribui para criar as tensões, mas como dito antes, na maioria das vezes, o fato de ser previsível atrapalha um pouco.

Cadáver não é um filme atual, sofre de problemas básicos do gênero, chegando a parecer proposital de certa forma, mas nada disso interfere que você tenha uma experiência de terror interessante e divertida. Por mais que o tema de exorcismo esteja datado, é sempre bom ver um pouco de blasfêmia como forma de ironizar as crenças religiosas, deixando mais do que claro que tudo isso só pode pertencer a uma esfera: a da fantasia. Se você gosta de um terror com tema de possessão, este sem dúvida pode te agradar. Cadáver está disponível na Netflix e possui 1h25 de duração.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura geek. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Fã de ficção científica. Professor de História e fundador do GS.

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Um comentário

  1. Alexandre Figueiredo

    O mesmo de sempre, nada de novo.

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