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Crítica: Caleidoscópio ★☆☆☆☆ (2022)

(Reprodução)

Para começar o ano, a Netflix lança em seu catálogo mais uma de suas produções com propostas diferenciadas: Caleidoscópio. A nova série de assalto promete uma narrativa totalmente imersiva, com características bem peculiares, em que se pode assistir os episódios em qualquer ordem.

A trama central é focada em um assalto bilionário e o plano mirabolante para realizá-lo. Os episódios abrangem mais de 20 anos do grande assalto, revelando as intrigas por trás de todos os participantes e tudo que liga cada um deles ao assalto. Confesso que de um lado a ideia é intrigante, porém, para mim não funcionou. Os personagens ficam derrapando em uma poça eterna de óleo no chão, em diálogos vazios e sem apelo. A trama parece que não se desenvolve nunca, exceto no episódio “Branco”. Talvez se cada ep tivesse uns 20 minutos, as coisas seriam diferentes.

Não há nada de muito inovador na história da série: um assalto, um grupo de assaltantes, muito dinheiro e algumas doses de ação e estratégia. A série faz o feijão com arroz de forma bem ordinária. Os episódios se estendem demais, com diálogos que não funcionam e que nunca parecem revelar algo sobre a trama. Eu vi os episódios na ordem que ficam disponíveis na plataforma e confesso que o efeito “caleidoscópio” passou batido. As tramas em cada episódios são muito arrastadas e sem grande relevância, com personagens básicos demais. Apostar tudo nesse diferencial da ordem dos episódios foi um erro, afinal, eu não verei essa série novamente, e aposto que muitos que conseguirem terminar também não irão ver, o que afeta bastante a compreensão desse efeito aleatório da série.

Como se não bastasse o plot clichê e sem grandes inovações, os personagens são chatos demais, e dificeis de ganhar nosso interesse. Tirando o personagem de Giancarlo Esposito, o protagonista e o único motivo para eu dar play na série, todos os outros personagens são incrivelmente sem graça e descartáveis, fora que um deles é altamente irritante. Eles estarem vivos ou não, passa a ser algo irrelevante diante da vontade de que acabe logo. A forma como o grupo se une, as motivações, é tudo muito forçado, feito de qualquer jeito, apenas para fazer a narrativa correr. Confesso que esperava algo um pouco acima da média, já que Esposito está no elenco, e acabei me decepcionando com o resultado.

O criador da série, Eric Garcia, possivelmente estava tão fascinado com a ideia de um caleidoscópio, que só pensou nessa parte, e deixou o resto de qualquer jeito. Há cenas que deveriam ser impactantes e carregar um peso emocional, para nos conectar com os personagens, mas ao contrário disso, é tudo feito de uma forma terrivelmente amadora e enfadonha. O vínculo entre pai e filha, a trama de vingança, tudo é tão superficial que cansa. É muito legal a ideia dos cofres, dos sistemas de seguranças e das altas tecnologias que são apresentadas, mas isso não significa nada dentro de uma trama que não consegue dar real importância ao que está se passando.

Não dá para dizer que essa série merece o seu tempo, se fizesse isso, estaria sendo cruel. A trama é clichê, não inova, e o pior, não sabe construir os próprios elementos de forma a dar relevância para eles. Os persoangens são terivelmente chatos, sem graça, sem emoção, estão ali só para soltar umas falas e dar uns tiros vez ou outra. O único que consegue levar a série com um pouco de seriedade é Giancarlo Esposito, mas não é suficiente. O grande diferencial da ordem dos episódios acaba que sendo algo totalmente descartável. Se você curte produções de assalto, há outras bem melhores para investir seu tempo, fuja dessa.

Caleidoscópio está disponível na Netflix.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura geek. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Fã de ficção científica. Professor de História e fundador do GS.

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