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Crítica: Caminhos da Memória – ★★☆☆☆ (2021)

(Reprodução)

Um dispositivo capaz de reviver memórias  de seu passado, usado em investigações, não éuma premissa inovadora, você com certeza terá alguma referência se parar para pensar no assunto, seja ela qual for. Reminiscence, Caminhos da Memória no Brasil, traz essa premissa de voltar ao passado através da memória somado de um drama pessoal do protagonista Nick Bannister (Hugh Jackman), que embora conte com um óimo elenco, não consegue nos dar outra impressão se não a de que o tempo não passa. Um cenário distópico, uma sociedade falida, uma tecnologia com incríveis possibilidades, não foram um contexto suficiente para o filme encontrar seu local em meio as quais bebeu as referências.

Quando vi o trailer pela primeira vez, me impressionei com a ambientação, achei o cenário e os elementos interessantes. Uma Miami distópica,, inundada até certo ponto, repleta de vegetação em seus prédios durante o dia, e luzes neon durante a noite, passa a ideia de um grande cenário onde irá se desenrolar a história. A ambientação é tão rica, que temos a todo instante a vontade de partir para explorar aquele mundo, conhecer mais. Há grandes cenas no filme, mas nenhuma que me marcou a ponto de merecer um destaque, infelizmente. A parte sonora é boa e consegue criar o clima nas cenas, mas não torna justificavel a existência delas. Em sua parte técnica, o filme entrega o resultado esperado, mas infelizmente não torna palatável o longa.

Na trama temos o maior problema do filme, um plot confuso e arrastado, que em diversos momentos tropeça em seu próprio desenvolvimento. Como mencionamos no início, a ideia de utilizar uma máquina capaz de manipular o tempo para solucionar crimes não é inovadora, e aqui veremos isso ser utilizado de uma maneira um tanto quanto monótona e chata. O protagonista Nick, está preso em memórias de um romance que viveu ao mesmo tempo que tenta ajudar a solucionar uma investigação de assassinato, quando descobre que de alguma forma, o crime está ligado a essa pessoa com quem se relacionou, Mae. Aqui temos o looping da trama, vemos Nick em monólogos implacáveis e cansativos enquanto corre contra o tempo atrás de pistas que podem leva-lo até Mae, que simplesmente desapareceu sem lhe dizer o motivo. A tentativa do roteiro em esticar essa jornada e torna-la uma tarefa hercúlea foi um erro, que gerou um sensação de cansaço ao longo do filme, a trama parece nunca atingir um climax, e somos jogados em cenas e diálogos sem tanta relevancia.

Também tenho que dizer que grande parte do motivo pelo qual decidi ver o filme era a atuação de Hugh Jackman, pelo qual tenho boas lembranças em filmes. O ator entregou um bom personagem pelo qual criamos uma ligação logo de início, sua obsessão foi muito bem interpretada por Jackman. Rebecca Ferguson também entrega um personagem plausível para o contexto, a atriz que interpreta Mae é  convincente e nos cativa em seu plot twist mais para o final do filme. Os personagens ao qual somos introduzidos ao longo do filme são interessantes e bem interepretados, contribuindo para enriquecer o contexto da trama. As atuações em geral, estão boas, mas não foram capazes de carregar a trama monótona e entediante.

Embora o filme tenho bebido em grandes fontes da ficção científica, a quantidade de referêcias talvez tenha sido exagerada e mal utilizada. Ao tempo que somos jogados em comparações com grandes clássicos do genero, também nos vemos empaturrados de uma narrativa arrastada, que não consegue desenvolver de maneira satisfatória a proposta. A possibilidade de explorar esse cenário rico é totalmente descartada ao passo que o filme se torna entediante. Eu adorei os elementos que foram apresentados, mas infelizmente isso não foi o suficiente para que o filme tivesse seu grande momento.

O filme tem um bom elenco, ambientação e construção de contexto, mas infelizmente peca em seu roteiro desinteressante e entediante. As atuações no geral, aliada de uma ótima ambientação e contexto, tornaram o cenário rico e interessante, sendo o ponto alto do longa, mas que não é o suficiente para tornar as quase 2 horas de duração aceitáveis. Confesso que esperava mais do filme, mas talvez o erro tenha sido meu de criar expectativas, você pode assistir e se interessar a ponto de achar bom. Mas de minha parte, não recomendaria, há opções do gênero muito mais interessantes. O filme está disponível na HBO Max,

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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