Depois de uma temporada perdida, sem entregar novidade ou fazer bem o “arroz com feijão”, Elite voltou com tudo que tem de melhor: tramas envolventes, cenas quentes e o dramalhão das elites.
Mantendo a base das outras temporadas, um crime, um grupo de jovens explorando a juventude e adultos problemáticos, Elite retoma a fórmula e entrega uma temporada memorável, com um final carregado de despedidas (mas que não será o fim da série).
Com algumas redenções desnecessárias, com a de Cayetana (Georgina Amorós) ou desenvolvimentos massantes, como a personagem Isadora (Valentina Zenere), a temporada teve ótimos momentos, como o episódio da festa de libertação ou o flagra da cena de Ari e Samuel. Mas, sem sombras de dúvidas, o trunfo maior da temporada foi como os personagens LGBTQI+ foram abordados. Há uma cena de sexo carregada de descobrimento e paixão, que se distância das cenas menos contidas da série.
Outro ponto forte é a trilha sonora, que marca os grandes momentos da temporada, como na festa da libertação e no leilão dos namorados. Desta vez a trilha, diferente das outras temporadas, se destaca e compõe a cena de maneira a servir como âncora dos acontecimentos, sendo, assim, uma ótima decisão de direção.
E como nem só de alegria vivem as séries extensas, Elite sofre com seu sucesso, a cada temporada nova a história se repete e os dramas deixam o interesse se esvair. Alguns momentos na temporada são estranhos de se ver, como a relação que se cria entre um adulto e um jovem (que na série é menor de idade), ou a cena de estupro, que se repete dentro da trama – mesmo servindo de ponto de discussão, mas que é abandonada sem muitas consequências dentro dos episódios.
Outro ponto que enfraque a temporada é o personagem Samuel, que está saturado dentro dos eventos da série, algo que se vê no desenvolvimento do personagem, principalmente na relação que cria com o pai de sua namorada, algo que deveria ser um plot twist nos últimos episódios, mas pelo cansaço do personagem, só é mais um momento sem muito impacto.
Ainda sobre Samuel, dessa vez nos despedimos do personagem e do ator Itzan Escamilla, que em uma tentativa de “grande adeus” apresenta uma cena digna de novela mexicana e sem muito apelo sentimental. Cujo contexto é maior que o próprio evento da morte do personagem, fazendo de sua morte mais um momento sem impacto desejado.
Elite é uma série de sucesso na Netflix, com grandes reviravoltas, que ao passar das temporadas, se tornaram padrão dentro da série. Entretanto a temporada 5 resgata os pontos fortes da série e a despedida de Samuel pode trazer uma nova temporada cheia de novidades.