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Crítica: Evangelion Rebuild – ★★★★★ (2007 – 2021)

Texto sem spoiler dos filmes.

Entre o primeiro e o quarto longa da releitura de Neon Genesis: Evangelion, 14 anos se passaram, e finalmente os fãs tiveram uma conclusão épica para a saga de Shinji Ikari. 

Evangelion: 3.0+1.01 Thrice Upon a Time (2021) - Imagens de fundo — The Movie Database (TMDb)
Divulgação

Com quatro filmes que podem (e devem) ser vistos separadamente da série clássica, Evangelion conseguiu uma conclusão mais próxima da vontade de Hideaki Anno, que, na produção original (anos 90) passou por diversas complicações que iam do estúdios à falta de verba. Hideaki Anno participou da nova animação como um dos diretores e autor, mantendo o primeiro filme (Evangelion: 1.0 You Are (Not) Alone – 2007) bem fiel a obra clássica, mas não 100% igual. Já nos filmes seguintes, algumas mudanças surgiram, principalmente na conclusão da história, mas isso não é algo negativo, ainda mais pela confusão que é o final do anime e as pontas soltas deixadas por The end of Evangelion (1997).

A mudança mais agradável, em sombra de dúvidas, é a qualidade da animação, tudo mais polido e vibrante. As cenas com os campos ATs são belas, diferentes da versão clássica, que eram foscas e sem vida. No 4° filme ( EVANGELION: 3.0+1.0 THRICE UPON A TIME – 2021) as cenas finais com a batalha das espaçonaves é muito fluída e bem animada, a batalha dos EVAs, nos quatro filmes, seguem o mesmo padrão de qualidade (lembrando que o primeiro filme é de 2007).

A dublagem e a voz original (japonês) foram bem feitas, com atuações que expressavam bem as emoções dos personagens, e esse é um ponto importante na obra, Evangelion é marcado pelos personagens que descarregam suas emoções de maneira constante. Asuka é explosiva e forte, que passa de uma personagem insegura para uma personagem autoconfiante e determinante para a trama e para os outros personagens, e isso é desenvolvido, também, no trabalho de dublagem, ao assistir o primeiro filme e o último é perceptível a dedicação da equipe de dublagem e da dubladora Fernanda Bullara da Costa (já experiente em dublagem de animes).

A saga Rebuild de Evangelion consegue prender qualquer espectador, novo ou fã do clássico. A trama segue a mesma base do clássico, com os EVAs (os “robôs gigantes”) enfrentando os Anjos (seres que aparecem na Terra com o objetivo de causarem o 3° impacto). Mas há diferenças enormes, entre o terceiro e o quarto filme, que envolvem novos personagens, a SEELE e a NERV, mudando o destino de alguns personagens como Kaworu Nagisa e Gendo Ikari (esta sendo a maior mudança feita nos filmes).

O quarto filme é diferente de todos os outros, podemos dividir a obra em duas partes: a calmaria e a tempestade. Na calmaria somos apresentados aos sobreviventes e refugiados das batalhas, pessoas que moram em um abrigo e lá tudo parece estar se renovando. Senhoras plantando, pessoas administrando a vida pública, cenas que destoam de tudo que somos acostumados em Evangelion. Todo esse arco do filme nos deixa um gostinho de quero mais. E enquanto acompanhamos a  calmaria do lugar, nos despedimos de alguns personagens ou de como eles eram, Rei e Shinji protagonizam os melhores momentos durante esse arco. E enquanto a calmaria acontecia, outros personagens se preparavam para a tempestade – destaque para Mari Makinami, personagem introduza no jogo Petit Eva: Evangelion @School, para Nintendo 3DS, mas que se destaca grandiosamente na saga Rebuild.

E quando a tempestade chega, somos levados para os combates mais insanos e confusos de toda a obra Evangelion (incluindo os clássicos). Dividida em 2 grupos, as naves e os EVAs, as cenas de combate são intensas, com muita luz e ação. E sem deixar a peteca cair, as batalhas finais são confusas, mantendo a tradição de batalhas confusas e desfechos épicos. Nos finalmentes, Gendo protagoniza um momento de humanização do personagem nunca antes visto, quebrando a imagem de marionete que a série clássica criou sobre o personagem.

O maior defeito é sua maior característica, as cenas confusas e momentos que nos forçam à uma interpretação ou reflexão (ou reassistir). No terceiro filme e no final do quarto filme esses momento são constantes, mas nada que seja danoso aos filmes. E mesmo com as cenas confusas, o final é nítido, sabemos quem terminou “assim ou assado”, apenas o caminho para o final é obtuso.

A saga Rebuild de Evangelion está disponível no Prime Vídeo.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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