Muitas vezes um filme que fica dias no top 10 da Netflix não é o mesmo que um filme bom. Esse é o caso de Furioza, o filme polonês sobre hooligans e gangues violentas.
Os primeiros minutos do filme são suficientes para criar uma ilusão de que o filme será cheio de violência desmedida e que resgatará o espírito de Hooligans (2005), mas isso é só ilusão. Os próximos minutos descambam para uma série de conflitos bobos e repetitivos.
Há ainda a sensação de que falta coisa dentro do filme, já que foi lançado na Polônia como minissérie, dividida em quatro episódios, o que explica algumas conclusões no filme que acontecem de forma repentina. Mas de forma alguma isso é um problema real, já que a história no filme é qualquer coisa “americanizada”, para ser mais exato, uma história de hooligans americanizada.
As atuações de Mateusz Damięcki e Mateusz Banasiuk são rasas, a construção dos papéis dos irmãos é muito simples, a motivação é desmotivante, sem mencionar o papel da polícia na construção da relação dos irmãos, esse mix de fraquezas no roteiro é só a ponta do iceberg, o motor do filme é a relação dos irmãos e a interação da polícia nessa relação (e é claro, traficantes, drogas e máfias, bem ao estilo “qualquer filme polícial dos anos 90”). Entretanto, no hall das atuações Konrad Eleryk, entrega um personagem visceral e com motivações reais, um verdadeiro hooligan, violento e cru.
Eleryk parecia a salvação do filme, até o plot twist ruim que ele protagoniza. Do plano mais baixo da inspiração, todo o plot de violência e drogas é causado por Eleryk, jogando toda a premissa inicial do filme no lixo, fazendo dos minutos seguintes os minutos mais massantes de toda a obra.
Furioza é um filme medíocre em proposta, repete clichês americanos e apresenta um filme com violência e só. Uma história contada de maneira preguiçosa e com um roteiro e desenvolvimento de personagens feito da maneira menos surpreendente possível.