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Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 3 ★★★★★ (2023)

(Reprodução)

O capítulo final da jornada de James Gunn nos estúdios da Marvel acaba de estrear nos cinemas. Guardiões da Galáxia Vol. 3, além de ser um filme de despedida do icônico diretor, é também uma carta aberta em prol dos direitos dos animais. O filme retrata o porquê Gunn é o melhor em adaptar histórias de super-heróis para as telonas. Seu estilo está presente com uma lapidação simplesmente fantástica.

No terceiro filme, o amado grupo de heróis é mais uma vez colocado à prova diante de uma nova e terrível ameaça. Rocket dessa vez é alvo do lunático Alto Evolucionário, um cientista sinistro que busca criar um novo mundo perfeito, que chama de Contra-Terra. O desenvolvimento dos personagens é incrível, aliado a um roteiro emocionante e efeitos especiais dignos do último filme de Gunn, fecha com chave de ouro sua passagem pela Marvel.

Os sentimentos para a estreia do filme eram variados, já consciente de que haveria um gostinho de nostalgia assim como de despedida. James Gunn já demonstrou em outras oportunidades o seu talento para contar histórias de super-heróis e, com seu jeito único de imaginá-las, em Guardiões da Galáxia Vol. 3, ele entrega a sua obra máxima, uma “masterpiece”.

No terceiro volume, o amado grupo de desajustados estabelecem raízes em Lugar Nenhum. Porém, os segredos sombrios do passado de Rocket (Bradley Cooper) vêem a tona em um confronto inesperado com Adam Warlock (Will Poulter), que passa a ditar o ritmo do filme. Peter Quill (Chris Pratt), ainda lidando com a perda de Gamora (Zoe Saldana) desde Vingadores: Guerra Infinita (2018), convoca a equipe para uma missão a fim de salvar Rocket e descobrir a verdade. O fracasso desta missão poderia despedaçar os Guardiões como os conhecemos. O filme encerra a trilogia iniciada em 2014, seguindo Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017).

E como não poderia ser diferente, o roteiro elaborado por Gunn é magnífico, com desdobramentos emocionantes e incrivelmente bem conduzidos. O desenvolvimetno da história e dos personagens é habilidade mais proeminente de Gunn, o que lhe confere autonomia para desenvolver uma narrativa incrivelmente bem conectada. As 2 horas e 29 minutos do filme passam em um piscar de olhos, deixando um gostinho de quero mais, de que poderia ter acontecido mais coisas, de que poderíamos ter permanecido por mais tempo dentro deste universo maravilhoso que Gunn construiu.

Guardiões da Galáxia Vol. 3 é um filme da Marvel, porém está longe de se encaixar dentro dos padrões “enlatados” da maioria dos outros títulos. Inclusive, o longa consegue estabelecer um sentimento tão único, que poderia facilmente nos lembrar do espetacular Vingadores: Guerra Infinita, que marcou a história dos filmes de super-heróis.

Os personagens do filme são incríveis, mantendo o padrão impressionante que Gunn estabeleceu em seus trabalhos. Além dos protagonistas, cada um dos personagens que nos são apresentado em tela possuem um significado dentro da narrativa, e estão perfeitamente bem estabelecidos dentro dos acontecimentos. Chris Pratt está muito bem como Senhor das Estrelas, é possível que ele tenha atingido o apogeu do seu personagem neste filme. A Gamorra de Zoe Saldana conta com uma participação tímida, mas muito precisa, que se encaixa bem no desenvolvimento da trama. 

Drax de Dave Bautista e Mantis de Pom Klementieff ditam o tom da comédia do filme. Mas para além disso, os personagens recebem um tratamento mais sensível e se desenvolvem para além do esperado, trazendo um desfecho muito satisfatório para cada um. Karen Gillan como Nebulosa tem uma participação forte na trama do filme, sendo imprescindível para os desdobramentos do filme. Nathan Fillion também marca presença no filme em uma parte muito divertida.

O vilão Alto Evolucionário, interpretado por Chukwudi Iwuji, é um dos mais sinistros que os filmes da Marvel já apresentaram. Sua motivação é maligna, com um desejo sombrio pela destruição, movido completamente pelo espírito da má fé humana. Ao tentar criar um mundo perfeito, ele coloca tudo e todos abaixo de suas intenções e faz coisas horríveis para atingir seus objetivos.

Na questão visual, o filme entrega o melhor do que vimos recentemente nas produções da Marvel. Há diversas cenas incríves, com sequências de ação de cair o queixo. Sem contar o modo como Gunn constrói a ambientação, que é incrivelmente imersivo e recheado de detalhes. O filme tem diversos ambientes, que são muito bem aproveitados ao longo do desenvolvimento da trama, criando uma sensação mais agradável e menos cansativa, sem muitas repetições ou cenários muito parecidos.

A mensagem de ativismo animal que James Gunn coloca no filme é elaborada de forma brilhante. Ao explorar a crueldade dos testes em animais, Gunn eleva para muito além o nível dos debates que os filmes de super-heróis já foram capazes de realizar. O tema da ética animal é extremamente atual e pertinente, gerando discussões em diversos cantos do mundo, devido a sua urgência e extrema importância. Com sessões lotadas no cinema, o filme leva a oportunidade de reflexão para um público gigantesco, que pode passar a ver essa prática horripilante dos testes em animais de forma mais crítica e sensível.

Guardiões da Galáxia Vol. 3 é a obra máxima de James Gunn na Marvel, e também a melhor produção do estúdio nos últimos anos. O filme tem uma narrativa incrivelmente imersiva, com desdobramentos muito bem elaborados e conectados. O roteiro de Gunn é simplesmente impecável. Os personagens estão em seus melhores momentos, e ainda assim, conseguem nos impressionar com mais uma participação incrível. Os efeitos especiais são incríveis, sem dúvida os melhores entre as produções mais atuais da Marvel.

Guardiões da Galáxia Vol. 3 está em cartaz nos cinemas brasileiros.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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