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Crítica: Kung Fu Panda 3 ★★★★★ (2016)

A grande sacada quando se assiste um filme é entender que as grandes lições da vida não necessariamente vêm de um livro extremamente complexo ou de uma tragédia grega, mas também em desenhos e de animações. Calma… É óbvio que nada substitui o conhecimento científico, as regras estabelecidas nos procedimentos acadêmicos ou nos conhecimentos cotidianos. O que devemos pensar é que, muitas vezes, podemos aprender uma grande lição em algo realmente simples.

Estreou no começo desse mês, na Netflix, o último filme da trilogia de Kung Fu Panda. Essa sequência de filmes é uma das grandes franquias das animações dos últimos anos. Isso não só por envolver coisas que todo mundo ama, como kung fu, Jack Black e pandas, mas também pela dinâmica e pelas lições ensinadas. Assim, Kung Fu Panda 3 é uma ótima pedida para se assistir na sexta-feira ou no sábado à noite.

Regada ao som do refrão de I’m so Sorry do Imagine Dragons, o filme apresenta o antagonista Kai, um búfalo que sai do mundo dos espíritos para tentar derrotar o Dragão Guerreiro, o personagem destinado a derrotar o vilão. Kai é um mestre do Kung Fu capaz de roubar o chi de outros seres, a energia vital deles. Assim, o plano do vilão é ficar forte com uso do poder daqueles que o cercam.

 

Kung Fu Panda 3 – Crítica – Terras de Alem

(divulgação)

Já em relação aos mocinhos do filme, temos Po, o Dragão Guerreiro, que é incumbido da missão de ensinar seus amigos, que também são mestres do Kung Fu, em uma nova etapa de treinamento, em que o panda será o novo mestre, substituindo Shifu. Aqui, já é perceptível a primeira grande lição do filme: como um personagem estabanado pode ensinar seus amigos, que sempre treinaram afinco? A lição passada por Shifu é simples, mas representa um dos grandes problemas da existência: somente um ser que conhece a si mesmo é capaz de ensinar outros.

É aí que Po parte para uma jornada, interior e exterior, para descobrir quem ele é. Para fortalecer o enigma existencial, o pai biológico de Po também aparece. Movido após receber uma mensagem do universo, Li Shan procura seu filho outrora perdido para leva-lo à aldeia escondida dos pandas. Juntamente com isso, a história também aborda os sentimentos do outro pai de Po, Sr. Ping, o pai ganso, que sente constante ciúme de Li.

 

Em Busca do "eu interior" - Deviante

(divulgação)

Ao chegar na vila secreta, Po começa a entender o que é, de fato, ser um panda. É aqui que a história explica ao espectador que nós somos quem somos, por fazermos o que gostamos, o que nos faz feliz. Também demonstra a importância de conviver bem com as pessoas a sua volta.

Até esse momento, quase metade do filme já se foi, com as peripécias de Po com os outros pandas e de Kai reunindo, cada vez mais, o chi dos outros mestres do Kung Fu.

No embate entre Po e Kai, percebemos a diferença entre aquele que tira de outros para ficar mais forte e aquele que ajuda os que estão a sua volta, crescendo no processo. Ao treinar os outros pandas para a luta contra Kai, Po ensina os seus amigos monocromáticos que nós devemos ser nós mesmos, e apreciar isso. Para isso, devemos nos aprimorar naquilo que somos bons. Assim, a lição que fica é que nem sempre é a meditação ou viver 30 anos em uma caverna, como o Mestre Oogway fez, que nos trarão a resposta para quem somos, mas sim viver uma vida de honestidade com nós mesmos, realizando aprimoramentos naquilo que somos bons e que nos faz bem.

Por fim, a última lição trazida é que aquele que toma do outros nunca vencerá. Porque é com a convivência e crescimento mútuos que podemos prosperar com nossos semelhantes. Assim, nem mesmo uma entrada triunfal e um ótimo tema, produzido por Hans Zimmer, foram capazes de fazer Kai derrotar o nosso querido panda.

Portanto, Kung Fu Panda 3 encerra de maneira magnífica uma ótima sequência de filmes, trazendo ótimas lições para aplicarmos no cotidiano e para ensinarmos àqueles que estão a nossa volta.

E para você que está dizendo que eu sou ingênuo por acreditar em lições tão simples e tão difíceis de serem aplicadas na prática, lembre-se: para o mundo melhorar, devemos acreditar que a vida pode ser melhor do que ela realmente é. Pensar que esses ensinamentos de nada valem é reconhecer que a existência humana em sociedade não tem sentido, e isso é muito triste. É por isso que assistimos coisas alegres, porque de tragédia, o mundo real já está cheio.

 

 

 

Sobre Felipe Costa

Aspirante a Power Ranger Vermelho, jogador de Fate Grand Order e Advogado, quando a responsabilidade bate. Também participo do podcast Apenas um Papo

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