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Crítica: Minx: uma para elas – 1° temporada ★★★★★ (2022)

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Em poucas palavras, Minx: Uma para elas, é uma série sobre pornografia sem pornografia, mas com muita nudez e muitos momentos únicos. Estrelando Ophelia Lovibond, Jake Johnson e Idara Victor, a série da HBO-Max sobre uma revista de nudez (e feminismo) voltada para o público feminino é uma boa pedida para o final de semana.

Com uma premissa que não caberia nos dias atuais, Minx se passa nos anos 70 e acompanhamos uma jovem escritora que acaba sendo a editora chefe de uma revista de nudez voltada para as mulheres – algo inovador até então. Com muito humor e boas sacadas os episódios constrastam equívocos da jovem editora com sua ideologia feminista, criando ótimos momentos. Por exemplo, quando Shelly (Lennon Parham) mostra interesse pela revista, representando o interesse das mulheres por sexo e pornografia, enquanto Joyce (Ophelia Lovibond) é uma purista e abomina a liberbade sexual feminina – e ela é a personagem feminista da série.

Em meio a descobertas e conflitos internos, Joyce vai se transformando em uma feminista mais “povão” e menos acadêmica, protagonizando momentos que a juventude reconhece bem, como as “militantes de faculdade” e os problemas reais das donas de casa, ou o poder de manipulação das mulheres sobre os homens orgulhosos e antiquados.

As mudanças de personalidades e de protagonismo acontecem com todos os personagens de destaque, fazendo o espectador criar algum laço afetivo com eles, mesmo que um apreço movido a ódio. O personagem Doug (Jake Johnson) sofre com a pior mudança na série. De um cara visionário ele passa a ser um babaca oportunista, fazendo os episódios finais serem fracos e com clichês que a série combateu em cada episódio.

A maioria dos personagens ganham algum tipo de personalidade que se desenvolve, mas alguns quebram as expectativas negativamente, por decisões de roteiro, como um romance lésbico que surge de uma amizade, fortalecendo o estereótipo que mulheres que se aproximam se relacionam sexualmente nas séries (algo que está sendo explorado frequentemente); mas dessas evoluções, Richie (Oscar Montoya) tem uma das melhores evoluções, se tornando o fotográfo da Minx e ganhando destaques em momentos-chaves dentro da série.

Reprodução

Fora as decisões tomadas para os personagens, a série explora a nudez sem nenhuma vulgaridade ou sem apelar para o soft-porn, há poucas cenas de sexo, mas essas cenas quase não tem nudez. Ellen Rapoport, a responsável por escrever e produzir a série, mostrou como falar de sexo sem apelar para o sexo. Há cenas de nudez masculina que foge do teor sexual e beira o artístico, ou até mesmo o cômico.

Toda discussão de Minx só perde para a estética setentista, com cenários e figurinos muito bem apresentados, assim como comportamentos da época. Entretanto a série se torna atual quando coloca alguns temas para serem debatidos e são temas atuais, como as “feministas que correm com os lobos”, machistas lutando pelo direito de serem machistas e até podcasters (no caso radialistas) se movimentando para ir contra o feminismo.

Minx: Uma para elas é diversão na certa, com boas doses de reflexão, mas não muito recomendada para quem se sente incomodado com um pênis (ou dois, ou três) aparecendo na tela.

https://www.youtube.com/watch?v=UTc5I86to_8

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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