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Crítica: Monstros no Trabalho – ★★★★☆ (2021)

Se você procura por nostalgia repaginada num contexto e discussão modernas, ficará satisfeito. Se vem a procura de diversão descompromissada com animação de alta qualidade, também será agradado com Monstros no Trabalho. A animação da Disney tem doses moderadas e precisas de nostalgia, mas sabe investir no novo para cativar também novos fãs. A primeira temporada completa já está disponível na plataforma Disney +.

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Pouco tempo se passou desde os acontecimentos de Monstros S.A. A descoberta de que os risos das crianças produzem mais energia que seus gritos é algo ainda novo, mas que irá mudar a realidade da empresa. Randall e Waternoose, os vilões do primeiro longa já não estão mais em cena e os descobridores da energia do riso, nossos amados Mike e Sully agora são os diretores da empresa. Agora o serviço dos assustadores estão sendo substituídos pelos cômicos, que são responsáveis por tirar o riso das crianças.

Nesse novo cenário entra o novato Taylor, um jovem monstro cujo sonho é ser um assustador. Mesmo com tal função extinta, Taylor ainda dá o melhor de si para ser um cômico, seguindo os passos do mestre Mike. Entretanto, Taylor terá de fazer sua jornada no setor de manutenção até alcançar o cargo desejado, ao lado de uma equipe muito divertida que dá muito reforço para as tramas da série.

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Assim, Monstros no Trabalho acerta precisamente na medida da nostalgia e também atualiza muito bem o universo dos monstros. Mike e Sully são personagens coadjuvantes, mas cujos atos e decisões na empresa orbitam a vida de Taylor, nosso personagem principal, que leva uma vida sofrida de novato. Além deles, outros personagens antigos estão presentes, como a medonha monstra-lesma Ross, O Abominável Monstro das Neves e outros monstros cuja função é servir de gags visuais, como um faxineiro que deixa um rastro de gosma para trás ao ir limpando o chão.

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Infelizmente Taylor é um personagem fraco perto de sua equipe, onde cada personagem tem uma característica marcante que sempre gera piadas, além de criar um personalidade grupal que acompanha a série do começo ao fim, algo ao melhor estilo The Office. Ainda assim, a dedicação e honestidade de Taylor acaba o colocando em diversas aventuras desastradas. O personagem acaba parecendo muito bobo às vezes, fazendo com que não cresça em nós uma empatia por ele, mas ainda continuamos a torcer para que o jovem novato de cargo baixo alcance seu desejado trabalho (algo bem real para muitos de nós e que, portanto, se comunica com o público adulto).

As piadas, mesmo sendo muitas do tipo pastelão, conseguem agradar diversos públicos; como já citado, desde os nostálgicos até as crianças que irão conhecer os monstros aqui. Situar a série logo após os acontecimentos de Monstros S. A. é uma ótima sacada porque esse é o plano de fundo de várias tramas dos episódios; a forma como os monstros estão lidando com importantes mudanças desse universo dá uma consistência à trama, um motivo de ser para tudo aquilo. 

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A qualidade da animação dispensa comentários; é ainda melhor que a das animações anteriores no mesmo universo (ok, eu tive de comentar afinal). Além disso, na dublagem os mesmos dubladores foram mantidos, o que realmente é um presente à nossa infância. Os episódios são curtos, 20 minutos cada, com direito à cenas pós-créditos de aulas de riso do Mike Wazawski.

Monstros no Trabalho inclusive traz analogias adultas à vida do trabalhador que olhos afinados perceberão. Mas vale muito a pena a diversão rápida e cativante. Indispensável para um verdadeiro fã da Disney, que talvez possa apostar em expandir outros universos já conhecidos, dando lugar de protagonistas para antigos coadjuvantes ou trazendo novos personagens com problemáticas mais modernas, como é o caso de Monstros no Trabalho. Não esqueça de deixar seu riso, ele é a energia desses queridos personagens. 

Sobre Emerson Dutra

Um psicólogo que tem o mundo nerd como seu guarda roupa para atravessar para uma Nárnia que é mais divertida, interessante e justa que nossa realidade compartilhada.

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