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Crítica: Mundo dos Centauros – ★★★★★ (2021)

Em um daqueles momentos, zapeando pela Netflix, Mundo dos centauros pode te encontrar e você ficará grato por isso.

Netflix anuncia “Centaurworld”, animação cheia de comédia e centauros
Reprodução

Mundo dos Centauros chegou sem muito alarde, com pouca divulgação por parte da Netflix, famosa pelas promoções exageradas (vide Mestres do Universo). Criada por Megan Nicole Dong, a nova animação da Netflix é um musical muito bem colorido e desenvolvido. A gama de diversificação dos personagens e atores de voz fazem valer a pena dar uma chance.

Por se tratar de uma animação, a imaginação voa para longe, todos personagens são centauros (como o nome sugere), com exceção da Égua e da Cavaleira, uma é uma égua e outra é uma humana. E a trama é sobre uma guerra entre humanos e minotauros (que podem se parecem com homens-lagartos) e numa dessas batalhas a Égua vai parar no Mundo dos Centauros por meio de um artefato mágico, lá ela busca retornar para a Cavaleira.

Ao acordar no mundo dos centauros a Égua começa a falar e aqui já percebemos a seriedade (no meio de tanta diversão), quando a Égua começa a falar ela se espanta e não aceita com naturalidade e toda vez que ela se encontra com algo único daquele mundo ela se espanta. E logo no primeiro episódio a série já mostra a que veio, muitos musicais, um trabalho de dublagem magnífico (tanto inglês, quanto português) e muitas cores vibrantes. É como se o Mundo de Gumball, Apenas um show e Hora de Aventura se fundissem. 

Todos os episódios giram em torno da busca da Égua nas 5 partes da chave que a levará ao mundo humano, e nessa jornada ela deve encontrar as 5 xamãs, cada xamã tem um pedaço da chave. Nessa jornada ela vai se descobrindo e boa parte da série é sobre se descobrir e se aceitar em meio às mudanças. E no meio das descobertas os personagens que acompanham a Égua vão ganhando protagonismo, destaque para a Lindaura a líder da matilhas, Zé Luis o metrossexual da turma, Gazelda, uma gazela centauro cleptomaníaco, Ched, um pássaro centauro que a uma cara de bonitão que é assustadora e odeia a Égua e Pescoço, a girafa que tem um QI um pouco baixo, mas um coração enorme.

E se a série se leva a sério o bastante quanto precisa, ela é divertida e emocionante para equilibrar. Os musicais sempre como ferramentas narrativas dos episódios se perderam um pouco na dublagem, mas não deixam a desejar, muito bem cantados e interpretados. O grande destaque da dublagem brasileira vai para Gaby Milani que faz a voz da Gazelda, uma voz difícil de imitar, feita no esôfago, difícil de manter.

Mundo dos Centauros é divertido e bem desenvolvido, simples de acompanhar e com um final surpreendente. Merecedora de continuação, a animação mistura temas sérios como aceitação, perda, mudanças e crescimento, isso tudo sem deixar a beleza, a bizarrice e a alegria de lado. O final marca o amadurecimento da série, preparando um cenário maior e mais caótico para a segunda temporada, que continuará com peregrinação da Égua e seus amigos pelo Mundo dos Centauros.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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