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Crítica: Não Me Mate – ★☆☆☆☆ (2022)

(Reprodução)

Uma mistura inesperada entre terror, romance e um toque de fantasia, a Netflix lançou em seu catálogo o longa Não Me Mate, baseado em um livro de mesmo nome escrito por Chiara Palazzolo. A trama do filme não é nem um pouco complexa, muito pelo contrário, é simples até demais. Um casal decide se suicidar por overdose com a estranha crença de que retornariam dos mortos, mas o que acontece é que apenas a garota retorna e passa a ter de lidar com uma situação inusitada, conhecendo um mundo do qual não fazia ideia que poderia existir. O filme é de origem italiana e em diversos momentos lembra muito as características de Crepúsculo, mas trocando vampiros por mortos-vivos. Sinceramente eu não sabia bem o que esperar do longa, portanto fui sem expectativas ,e a cada cena, fui surpreendido por um roteiro que começa de forma lenta e depois desanda totalmente, como se perdesse o rumo da proposta que queria abordar. Mas nada de novo, dado a qualidade das recentes produções do gênero terror da Netflix, infelizmente.

A história inicia de fato quando a garota quebra o seu túmulo e se liberta e aos poucos começa a perceber que já não era mais a mesma. Após algumas enrolações um tanto quanto sem noção, ela acaba por assassinar uma pessoa e percebe que aquilo a deixou mais forte, revitalizando o seu corpo em estado de putrefação. Mas tudo começa a realmente se tornar deliberadamente horrendo quando um estranho grupo de pessoas passa a perseguí-la, alegando que são protetores dos vivos, remetendo sua origem com caçadores de bruxas do passado, algo totalmente desconexo. O filme que tem um começo arrastado e de repente ganha um rumo rápido e parece que vai se atropelando, jogando cenas que não fazem tanto sentido, nem são interessantes, na nossa frente. O desenvolvimento da história é muito ruim, sem falar na mistura de elementos narrativos que opta por adotar. O romance entre o casal é superficial e muito mal elaborado, não tendo nenhum tipo de química entre os atores, que mais parecem tentar forçar que os personagens se pareçam com um certo casal de vampiros.

Mas não se preocupe, não é apenas a história que foi mal elaborada e feita as pressas, as atuações também ajudam a tornar tudo uma experiência ainda mais sofrível. Mirta, interpretada por Alice Pagani é incompreesivel, a atriz parece não estar presente nas cenas e entrega uma atuação pra lá de horrorosa, sem nenhum tipo de carisma. Enquanto seu par romantico Robin, vivido por Rocco Fasano, se esforça para parecer um certo vampiro muito conhecido que, sem dúvida, você irá perceber, se caso quiser ver o longa. A relação dos dois é explorada ao longo do filme através de lembranças de Mirta, que aos poucos vai se dando conta de quem Robin era realmente. Mas vamos falar do que marca o filme de fato, a atuação esdrúxula dos caçadores. Fazia tempo que não via capangas tão ruins, personagens que o tempo todo tentam esboçar uma reação de maldade, chegando a realmente fazer caretas para parecerem maus. Fora o fato de que são mencionados como soldados altamente preparados para lidar com a ameaça e quando chega a hora, parecem a turma do Didi em ação, chegando a ser patético de tão mal elaborados e desenvolvidos. De forma geral, não há nenhuma atuação que se salva neste filme, todos os personagens são construídos com muita má vontade e sem nenhum tipo de esforço para serem no mínimo aceitáveis.

A qualidade das cenas e dos efeitos visuais não é a pior coisa, quando comparado com o restante da obra. Há boas cenas de mortes até, principalmente quando Mirta briga contra a gangue de trapalhões em um corredor a fim de se salvar, uma cena que me lembrou a icônica sequência de combate do Demolidor, também em um corredor, mas apenas lembra mesmo. As sequências das cenas parecem desconexas, com os persoangens indo de um ponto ao outro do nada, deixando nítido alguns problemas na continuidade. A trilha sonora até tenta criar uma sensação de terror e tensão, mas se perde pela galhofa do roteiro e das atuações.

Não Me Mate é um filme ruim, que não faz sentido existir, principalmente por misturar de forma péssima os elementos aos quais se identifica. Não é possível compreender o objetivo real por trás da mente do criador desta produção e se o livro seguir o mesmo padrão, deve ser aquele tipo de obra totalmente descartável. Se você cogitou ver este filme, recomendo pensar duas vezes, mas caso insista, espero que sua experiência seja melhor que a minha. Não Me Mate está disponível na Netflix e possui 1h30 de duração.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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