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Crítica | “Não se Mexa” ★★★☆☆

Crítica do filme "Não se Mexa", nova estreia de terror psicológico na Netflix que explora medo e resiliência.

O longa “Não se Mexa”, dirigida por Brian Netto e Adam Schindler, estreou recentemente na Netflix e já vem chamando a atenção dos fãs de terror psicológico. O filme é protagonizado por Kelsey Chow, que interpreta uma jovem presa em uma situação de completa impotência. A trama acompanha sua luta desesperada para sobreviver, enquanto enfrenta um predador implacável, interpretado por Finn Wittrock. Desde o início, o espectador é conduzido a uma montanha-russa emocional, imerso em um cenário claustrofóbico que explora o limite entre o medo e a determinação.

A ambientação é um dos pontos altos de “Não se Mexa”. A direção de Brian Netto e Adam Schindler sabe usar o espaço de forma intensa. Cada cena transforma o ambiente em uma extensão dos sentimentos da protagonista. A cinematografia explora ângulos fechados e cortes secos, colocando o público em uma posição quase voyeurista. Com isso, é impossível não se sentir preso ao lado da protagonista. Essa construção amplifica a sensação de vulnerabilidade, e o filme trabalha o silêncio e o som de forma magistral. Isso contribui para intensificar o suspense.

“Não se Mexa” traz atuações impactantes

Kelsey Chow entrega uma atuação visceral. Sua performance transparece o desespero e a luta de alguém encurralado em uma situação extrema. Cada expressão e respiração ofegante comunicam a dor e o medo de sua personagem. O espectador quase sente o peso de cada movimento restrito. Finn Wittrock, por sua vez, traz uma interpretação perturbadora para o vilão. A personalidade distorcida do antagonista é revelada aos poucos, e sua presença em cena é inquietante. Em alguns momentos, o personagem se torna previsível, o que enfraquece levemente o impacto. Ainda assim, Wittrock mantém o equilíbrio entre o plausível e o grotesco.

 

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Cumpre o que promete

Apesar de ter uma narrativa simples, “Não se Mexa” cumpre o objetivo de prender o espectador. O filme explora o medo e a incapacidade de reagir, provocando uma reflexão sutil sobre o desejo de viver e o sentido da sobrevivência. Ele não se aprofunda nesses temas, mas mantém o foco no suspense. Embora o enredo se torne previsível em alguns momentos, a narrativa se sustenta pela construção dos personagens. A habilidade da direção em criar uma atmosfera imersiva e desconfortável compensa essa previsibilidade.

“Não se Mexa” entrega um suspense eficaz, apoiado em seu apelo psicológico e sua exploração dos medos humanos. O filme atrai pela simplicidade e execução competente, apesar de não inovar na narrativa. Para quem aprecia thrillers psicológicos que exploram o medo da imobilidade e da vulnerabilidade, ele vale o play. O espectador, porém, deve estar preparado para sentir o coração bater forte e, talvez, refletir sobre como enfrentaria seus próprios medos se estivesse no lugar da protagonista.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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