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Crítica: Nossos Sonhos de Marte ★★★★☆ (2022)

(Reprodução)

A nova comédia romântica da HBO Max chegou recentemente ao catálogo de forma despretenciosa, mas quem assiste, facilmente se vê conquistado pela produção. Em Nossos Sonhos de Marte acompanhamos dois jovens que decidem embarcar em uma nave para marte, mas cada um com motivos totalmente diferentes do outro, inclusive o modo de entrar a bordo. Walt trabalha como assistente de barista e se sente infeliz na terra, quer viver uma aventura e por isso sonha constantemente em ir para marte. Enquanto Sophie é uma estudante brilhante, que quer ir para marte ver seu namorado.

A trama é bem simples, o básico de uma comédia romântica. A forma como o longa foi conduzido torna ele interessante de acompanhar, inserindo elementos de ficção científica que tornam a trama atrativa. Por mais que a mensagem emocional do filme seja um clichê, até mesmo um velho clichê quando bem trabalhado, pode se tornar um entretenimento de qualidade e esse é o caso deste filme.

A história acontece em um futuro em que a humanidade já colonizou Marte e envia regularmente pessoas para ajudar no processo. Neste ponto podemos até fazer uma relação com a atual corrida espacial, que tem o protagonismo de Elon Musk, na busca por desbravar o espaço. Nesta perspectiva o longa já ganha um certo apreço pelo contexto da trama. Os elementos de ficção-científica inseridos para sustentar a trama funcionam muito bem e se tornam um grande atrativo de toda a história, principalmente se usados para trazer um certo humor ácido, quando descobrimos que Walt é um assistente do robô, ele é um humano que trabalha para uma máquina. O longa tem bons momentos de comédia, mantendo a forma de conduzir o gênero, mas trazendo alguns elementos inusitados para tornar a história atrativa, o que funciona muito bem. A forma como Walt e Sophie vão se relacionando no filme é bem natural e não chega a ser forçado, fazendo com que haja uma boa química entre o casal, o que cativa mais o público.

A novidade da trama está relacionada ao elemento da ficção-científica, que não só é o contexto geral da produção, como também orienta a história para algumas reflexões muito interessantes, como a que acontece quando Walt finalmente encontra seu ídolo Leon Kovi. Usar o elemento sci-fi para construir piadas ácidas é sempre algo interessante, pois mescla um elemento fantasioso com sua possível frustação a fim de trazer o humor a tona.

Nossos Sonhos em Marte conta com alguns rostos conhecidos do público, o que pode facilita ainda mais a simpatia com os personagens. A atriz que interpreta Sophie é Lana Condor (Para todos os garotos: Agora e para sempre de 2021 e Para Todos os Garotos: P.S. Ainda Amo Você de 2020) que já está familizarizada com o gênero de romance, portanto se sai muito bem ao interpretar a personagem com muita naturalidade, criando também um ar cômico para ela que combinou muito. Já Walt, é interpretado por Cole Sprouse (A Cinco Passos de Você, Riverdale), o eterno Jughead Jones para os fãs, que também sabe como se portar em produções desse gênero, fazendo um bom personagem, muito divertido e carismático. O elenco também é composto por Mason Gooding como Calvin, Zack Braff como Leon Kovi, Michelle Buteau como Capitã Tarter, Christine Adams como Jan e Cameron Esposito como Tabby que, de forma geral, entregam bons personagens e contribuem para dar um ambiente bem cômico na série. Entre eles o destaque fica com Zack Braff como Leon Kovi, que tem ótimas sequências de diálogos com Walt, que não vou revelar para não dar spoilers, mas acredite, são boas e bem reflexivas.

A direção de Christopher Winterbauer é boa e conduz o filme para momentos bem elaborados, com ótimos cortes e uma fotografia interessante, dado o fato de que o longa usa muito CGI em sua ambientação fictícia. Ainda assim é possível ver que o diretor se esforça para ser o mais natural possível na forma de conduzir as cenas, deixando o desenvolvimento do longa bem agradável. O uso do CGi também foi bem aplicado, com cenários atrativos, bem detalhados e imersivos. Visualmente o filme é agradável e tem bons efeitos especiais, dentro das possibilidades deste tipo de produção.

Nossos Sonhos em Marte é uma boa comédia romântica, que vale a pena conferir se você gosta do gênero, mas se não gosta, vale se arriscar pelo fator ficção-científica, que acrescenta elementos atrativos na trama e deixam ela mais interessante. A história do longa é bem desenvolvida e, mesmo apelando para clichês mais básicos do gênero, soube desenvolvê-los com naturalidade, fazendo tudo funcionar muito bem. As atuações tem rostos já conhecidos que, com certeza, irão ganhar a simpatia do público, ou pela sua memória afetiva, ou pela performance divertida que conduzem neste filme. A direção de Winterbauer é boa e eficaz, sabendo mesclar todos os elemetnos e fazê-los soar com naturalidade.

Nossos Sonhos em Marte está disponível na HBO Max.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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