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Crítica: O Legado de Júpiter – ★★★☆☆ (2021)

(Divulgação)

O tema de super-heróis tem ficado cada vez mais comum nos últimos dias. As plataformas estão fornecendo cada uma a sua versão dessas histórias, que possuem uma enorme base de fãs. Porém, a maneira como ocorre a abordagem desse tema também tem sofrido mudanças. O Legado de Júpiter chega no auge desse momento, onde nos vemos cercados de narrativas heroicas que prometem, através do mesmo, uma revolução no tema.

O Legado de Júpiter é baseado na HQ de mesmo nome de Mark Millar e Frank Quitely, lançada em 2013. Na trama vemos conflito entre gerações, intrigas políticas, a moralidade e a responsabilidade de um super-herói. Não são temas inéditos, isso já sabemos, mas a forma como “O Legado de Júpiter” aborda esses temas é bem interessante.

A história se passa em duas linhas do tempo diferentes. Uma no passado, na década de 1930 no período da Grande Depressão, onde Sheldon Sampson (Josh Duhamel) passa por uma experiência traumática que o faz ter visões de uma ilha misteriosa que esconde um enorme segredo. Sheldon, seu irmão (Ben Daniels) e um grupo de pessoas reunidas por Sheldon, parte em um barco alugado rumo a ilha.

Na outra linha do tempo, que se passa no presente, o grupo de pessoas que foram até a ilha agora são conhecidos com a União, um grupo de super-heróis que protegem a terra, liderados por Sheldon Sampson, agora conhecido como o Utópico. Os membros da União novos e antigos, com o passar do tempo, passaram a não acreditar no código estabelecido por Sheldon da maneira como um herói deve agir e passaram a questiona-lo. Muito da história gira em torno desse código e isso é bem desenvolvido tornando a trama interessante.

No presente, a história é bem construída e podemos ver melhor a relação entre os personagens e seu desenvolvimento diante dos acontecimentos.  Os conflitos familiares de Sheldon, sua esposa Grace (Leslie Bibb) e seus filhos Brendon (Andrew Horton) e Chloe (Elena Kampouris) são bem desenvolvidos e interessantes. Com destaque para Chloe, que entra em confronto frequentemente com os ideais de seu pai, permitindo uma melhor exploração das crenças pessoais dos personagens.

A história é voltada para o público que consome histórias de super-heróis e que também se interessa por temas mais adultos, como violência e reflexões políticas da sociedade. A estética da série, embora caricata, é agradável, mesmo sem passar aquele tom sombrio e realista, que é cobrado deste tipo de gênero. A trama possui alguns entraves, mas consegue prender a atenção de quem assiste com uma boa mescla de falas interessantes e cenas de ação bem desenvolvidas. A primeira temporada finaliza de forma interessante e nos deixa divagando sobre como a trama irá se desenrolar na próxima parte, mesmo tendo chegado em um momento onde histórias de super-heróis se tornaram comuns e semelhantes, “O Legado de Júpiter” consegue ganhar seu destaque pela ótima narrativa apresentada e pela abordagem filosófica que podemos fazer da moralidade. Se você é fã de super-heróis, você provavelmente vai encontrar algo que goste na série.

O Legado de Júpiter possui 8 episódios e está disponível na Netflix.

https://www.youtube.com/watch?v=78QltZcT7Ws

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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