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Crítica: Os Opostos Sempre se Atraem ★★★☆☆ (2022)

(Reprodução)

Pessoas com características diferentes sendo obrigadas a trabalhar juntas para conquistarem um objetivo em comum é uma narrativa já manjada, porém, como sempre é dito por aqui, é possível entregar um bom resultado mesmo com o clichê mais óbvio, e esse é o caso neste filme. A Netflix acrescentou em seu catálogo o seu novo longa de ação, Os Opostos Sempre se Atraem, que narra a história de dois policias, Ousmane Diakité e François Monge, que são obrigados a investigar juntos um caso estranho de um corpo partido ao meio na linha do trem. Além da premissa simples de parceiros com personalidades opostas, a história do longa também é bem comum, mas consegue nos trazer boas discussões sobre questões sociais importantes como o racismo.

O filme, em sua simplicidade, nos lembra várias produções que também trazem esta mesma fórmula dos parceiros para dar um certo dinamismo a narrativa e torná-la divertida. Há muito humor nas interações entre Ousmane e François, que em alguns momentos chega até ser um pouco forçado, mas não o suficiente para ser enfadonho.

A premissa pode parecer simples, mas quando ela começa a se desenvolver, percebemos que não só é simples, como é praticamente uma desculpa para interligar as mais diversas cenas de ação. O que parecia ser um simples caso de morte por acidente acaba se desdobrando em uma trama maior que envolve toda uma rede de terrorismo supremacista. A história se esforça em elaborar um discurso antiracista e acerta com eficácia nesse ponto, colocando pontos interessantes de debate que são sempre bem vindos. Mas em sua grande parte, a narrativa não impressiona e nem se da ao trabalho de tentar, ela simplesmente existe como um ponto de ligação entre as cenas.

As atuações do longa são caricatas, como o esperado de um filme que mescla ação e aventura com protagonismo policial. Os personagens conseguem ser carismáticos o suficiente para nos fazer importar com eles. O personagem de Omar Sy (Lupin) é bem básico, mas entrega boas interações, além de ser o ponto mais firme da dupla. A atuação de Omar também é divertida e seu personagem é bem carismático. Enquanto François de Laurent Lafitte (Elle) é o alívio cômico do longa. Seu personagem está sempre fazendo piadas e interagindo de forma mais cômica e caricata. No começo é divertido, mas de um certo ponto começa a ficar irritante e enjoativo.

O ponto mais forte, e talvez o atrativo maior do filme, está em suas cenas de ação bem realizadas pela direção de Louis Leterrier (O Incrível Hulk). O diretor soube realizar as cenas de forma bem intrigante, prendendo nossa atenção nos momentos mais tensos do longa. Há grandes sequências de perseguição, lutas (com direito até a ringue) e algumas explosões bem boladas. Essa adrenalina mantém o interesse pelo filme e não nos deixar cansar pela narrativa fraca que deixa um pouco a desejar no seu desenvolvimento. O filme também entrega uma fotografia belíssima da França, com ótimas sequências de paisagens.

Mesmo com uma história clichê, o filme francês se sobressai pela narrativa que consegue trazer discussões sobre temas interessantes socialmente. Discutir o racismo nunca é demais em nenhuma produção. As atuações são divertidas e ganham nossa simpatia pelo carisma inegável dos personagens. A direção do filme é ótima e entrega sequências de ação incríveis e bem intensas, além de uma fotogafia admirável. O filme é uma boa pedida para se entreter com boas cenas de ação e uma dose certa de comédia.

Os Opostos Sempre se Atraem está disponível na Netflix.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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