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Crítica: Profecia do Inferno – ★★★☆☆ (2021)

Profecia do Inferno tem macabra inspiração para os demônios
Reprodução

Está mais que claro que o ano de 2021 ficou marcado por produções asiáticas, em especial sul-coreanas, na Netflix. Depois do sucesso avassalador de Round 6, muito se especulou sobre o sucessor do podium, até que Profecia do Inferno chegou e, bem, não é um Round 6, mas tem seus méritos.

De forma sucinta, a série é uma montanha-russa no quesito entretenimento, já que varia entre bons momentos e momentos confusos ou desconexos. Logo de cara, a série entrega o que veio entregar: uma trama cheia de mistérios e reviravoltas. O primeiro capítulo é, sem dúvidas, o melhor. Começando com um personagem desesperado e aparição dos “executores”, seguido por uma cena de ação brutal e bem executada – aqui há um mérito louvável, por usar muito CGI, espera-se que a série seja feia, mas não é, a interação humano e CGI funciona quase todas as vezes. Evidenciando o alto investimento do estúdio e a direção de  Yeon Sang-ho.

Baseada em uma webtoon de mesmo nome, na série acompanhamos uma série de eventos e pessoas diferentes, todas em torno de um mistério: a aprição de Deus, que revela a data e hora da morte da pessoa. Os pontos fortes vão exatamente para como isso é tratado, aqui não há curiosos ou entusiastas, mas sim, seitas que acreditam nesse deus e aceitam a profecia de morte; políciais investigando isso tudo com ceticismo e pessoas ligadas à organizações que defendem a punição divina.

Com tanto mistério e eventos que são críveis, como o streamer da Arrowhead – que é o melhor personagem – e o ceticismo do detetive Jin Kyeong-hoon, que crê na punição humana e desconsidera qualquer justiça divina. Sem mencionar a mitologia da profecia e das mortes, que, no terceiro episódio, vira algo midiático, quando uma mãe grava deus profetizando sua morte e depois aceita ser televisionada. É a partir desta cena que a série ganha outros rumos.

O que parecia ser uma série fantasia sobrenatural se torna um drama investigativo e policial, com algumas reviravoltas tediosas e muita cena sem coesão narrativa, como o slate temporal de quatro anos. Essa mudança na trama é ruim, quebra a dinâmica dos primeiros eps. e torna a série massante em muitos casos. Mas, o maior problema é a falta de explicação e o arraste para uma segunda temporada, com o excesso de dramas policiais envolvendo a Nova Verdade e a Arrowhead, bem como a polícia e o detetive Jin Kyeong-hoon.

Com cenas que são chocantes e até um pouco exageradas, a série tem sim ótimos momentos, como o sacrifício dos pais e o bebê, a Arrowhead atacando pessoas nas ruas e o final da temporada que é provocante. Entretanto, os erros narrativos e a falta de coesão temporal, fazem de Profecia do Inferno uma série cansativa, que promete muito e entrega pouco, fazendo da “fórmula Netflix” (de tudo ter uma continuação) um esforço tedioso para o espectador.

Obviamente, a próxima temporada deve resolver alguns problemas e nos entregar algumas explicações, então nos resta esperar. Profecia do Inferno é uma série original Netflix.

Sobre Dan Claudino

Professor de História, aspirante a podcaster e escritor. Viciado em cultura cyberpunk e jogos de ação.

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