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Crítica: Resident Evil: A Série – 1ª Temporada ★★★☆☆ (2022)

(Reprodução)

Resident Evil: A Série, nova produção da Netflix, ambientada no universo da franquia de jogos, acaba de chegar ao catálogo. Esse lançamento vem sendo aguardado pelos fãs, principalmente após as adaptações duvidosas que deixou todos com o pé atrás. Mas na série, temos uma proposta intrigante, recheada de novidades e referências.

A decisão do roteiro foi estabelecer uma nova trama, que se passa após os eventos dos jogos. Esse detalhe é determinante para que a experiência ao assistir seja mais tranquila. Apesar de uma trama interessante, as diferenças com aquilo que os fãs querem que seja adaptado pode ser um grande ponto negativo.

O modo como a trama começa é bem elaborado, apresentando elementos interessantes sobre o universo que será desenvolvido. Os mistérios que são apresentados sobre a nova Umbrella são intrigantes, e deixam no ar as possibilidades. O roteiro optou por desenvolver duas linhas do tempo de narrativa, uma que segue no presente pós-apocalíptico e outra de flashbacks, que recriam o passado dos protagonistas para nos deixar a par da trama. Embora a série comece bem, ela se arrasta um pouco na metade, com certa dificuldade de desenvolver os personagens que vai colocando em cena, mas acaba se saindo bem, com uma sequência final bem envolvente.

Há inúmeras referências aos incidentes de Raccoon City, e também de momentos icônicos que aconteceram nos jogos, que não irei revelar para não dar spoiler, mas darei a dica de que está relacionado com Resident Evil 5. Há também referências à objetos e criaturas que são inseridas na trama de forma bem natural, sem parecer forçado.

As atuações da série não são o seu ponto forte, mas também não chega a ser um problema para o desenvolvimetno da trama. As protagonistas sofrem para tornar as personagens carismáticas. Tamara Smart, que vive a versão adolescente de Jade Wesker, é sofrível, e não conseguiu me fazer ter interesse pela sua personagem. Já sua versão adulta, vivida por Ella Balinska, consegue ser ainda pior, com uma atuação chata e irritante. A irmã de Jade, Billie, é interpretada por Siena Agudong, que consegue fazer uma boa personagem, com um ar de pertubada que combinou bem (além da clara referência a Billie Elish). Sua versão adulta, interpretada por Adeline Rudolph, também está bem em cena, entregando uma personagem um pouco mais carismática.

Enquanto as protagonistas sofrem um pouco para convecner na atuação, Lance Reddick, que interpreta Albert Wesker, está incrível no personagem, podendo até dizer que levou a série nas costas. Sua atuação não só é boa, como a forma que ele recria o icônico persongem do jogo é bem desenvolvida. Confesso que me surpreendi com o desenrolar dos mistérios sobre sua identidade, e principalmente as referências ao jogo.

Graficamente a série teve um bom resultado, com uma qualidade aceitável para um orçamento de série. Os efeitos práticos também estão bem presentes, e são bons. Há diversos zumbis, em grande quantidade, e estão com um visual bem gore. Sem dar spoiler, posso dizer que a sequência final é onde os recursos gráficos foram usados de maneira mais impactante. A direção da série soube construir as cenas, embora na metade haja certos deslizes na forma de conduzir os acontecimetnos, que tornou a série um pouco massante. Mas de forma geral, a série surpreende tecnicamente.

Resident Evil: A Série é diferente do que eu esperava, mas de forma positiva a série me surpreendeu com uma boa trama, que trabalhou muito bem os principais conceitos que marcam a história dos jogos. A trama consegue ser envolvente, embora fique cansativa no meio, mas que vale a pena pela sequência final. As atuações deixam um pouco a desejar, mas ganham destaque pelo personagem de Albert Wesker. A parte técnica da série impressiona, principalmente se comparada as adaptações anteriores. Talvez os fãs dos jogos não irão gostar da série pelas diferenças na história, mas tudo pode melhorar se houver continuação.

A primeira temporada de Resident Evil: A Série está disponível na Netflix com 8 episódios.

https://www.youtube.com/watch?v=mUisls0Z-C0

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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