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Crítica: Respire! ★★★☆☆ (2022)

(Reprodução)

A nova minissérie da Netflix, Respire!, tem um ritmo envolvente, mas tropeça várias vezes durante sua progressão, o que torna a experiência um pouco cansativa. A ideia de sobrevivência da série é boa, mas comete muitos furos ao tentar conduzir os elementos da forma mais plausível.

Em diversos momentos a minissérie se perde entre os flashbacks e aquilo que está acontecendo. Por mais que a trajetória da personagem seja interessante, há momentos que a narrativa fica muito arrastada.

Com relação a trama da minissérie, ela é simples: Liv, uma advogada, se envolve em um acidente de avião em que acaba se tornando a única sobrevivente, tendo de enfrentar diversos elementos para garantir sua sobrevivência. Durante o desenvolviemnto da narrativa, vamos aprendendo mais sobre a personagem e conhecendo sua história e os motivos que a levaram até aquele lugar. Em alguns momentos a minissérie parece um tipo de metáfora sobre a maternindade, em que a personagem tem de enfrentar seus traumas para transcender a situação.

Liv é interpretada por Melissa Barrera, que entrega uma performance muito envolvente. A atriz transpõe bem as emoções da personagem, o que garante a ela um certo carisma. A de Melissa me manteve interessado na personagem e também em saber mais sobre ela.

O modo como os elementos foram conduzidos na série é o que deixa um pouco a desejar. Há muito furos na narrativa, principalmente nas questões ligadas a sobrevivência, colocando a personagem para enfrentar certos desafios que poderiam ter sido melhor pensados para darem um impressão mais real. Mas se o objetivo é estabelecer uma metáfora sobre as dificuldades da maternidade, as coisas podem ficar um pouco mais aceitáveis.

Mesmo com os baixos, Respire! consegue entreter de forma agradável e passar uma mensagem interessante, ao mesmo tempo que narra uma história de sobrevivência envolvente. A trama é simples, mas funciona bem em alguns momentos. A atuação de Melisse é sem dúvida muito boa e bem carismática. Os problemas ligados ao realismo não são suficientes para tornar a minissérie ruim. Se você curte trama sobre sobrevivência, pode gostar dessa minissérie.

Respire! está disponível na Netflix.

Sobre Carlos Valim

Apaixonado por cultura pop. Aprendendo a escrever críticas menos emocionadas. Professor de História e fundador do GS.

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2 Comentarios

  1. Surpreendente história com várias metáforas de superação e caminhos para novas experiências…. nos proporciona uma grande reflexão… ao mergulhar nas sombras do inconsciente, chega a noite escura da alma e não importa do que você tem medo. O que importa é confiar em si mesmo o suficiente para confrontá-lo, passar por ele e sobreviver.

    Irinéia Meira
    Terapeuta Sistêmica

  2. O pricipal problema da série é a forma como ela é vendida. Não se trata da história de um personagem que após um acidente tenta sobreviver num ambiente inóspito, mas sim de uma pessoa que se utiliza de uma situação limite para resolver seus traumas de infância e demais problemas existenciais. Normalmente autores tratam problemas psicológicos de seus personagens utilizando-se de metáforas que podem variar de combates armados, fugas de prisões ou mesmo “sobrevivência na selva”. Pois é, o autor de “Respire” tentou inverter a ordem das coisas, colocando a personagem vivenciando verdadeiramente uma situação de sobrevivência e se utilizando de seus traumas do passado para superá-la. Não funcionou. O que é vendido como uma trama claustrofóbica de sobrevivência acaba por entregar uma sessão de terapia barata e por vezes descontextualizada.

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