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Após uma 4ª Temporada oscilante e muitas vezes monótona, sim, isso mesmo que você está lendo, monótona, “Rick and Morty” retorna ao topo, lugar que nunca deveria ter saído, nesta 5ª Temporada, com episódios de puro non sense e nunca deixando de lado o conceito do multiverso trazido desde a 1ª Temporada.
Fugindo um pouco da crítica da 5ª Temporada, gostaria muito que os executivos da Disney, mais precisamente, o Sr. Kevin Feige, assistissem “Rick and Morty” para entenderem o conceito de multiverso e como ele deve ser utilizado, sem fazer o público de ignorante e com inúmeros furos de roteiros.
Feito o desabafo, voltemos ao tema principal, a 5ª Temporada voltou seu foco aos dilemas familiares e internos de Rick, fazendo com que, praticamente a cada episódio, ele questionasse a sua influência negativa perante a família e amigos (poucos que lhe restam). E nesse ponto que está o triunfo da temporada, pois ao demostrar que Rick também tem sentimentos, como já diria Pabllo Vittar “piranha também ama”, nós, espectadores voltamos a nos relacionar intimamente com Rick. Quando temos um personagem tão forte quanto Rick, é preciso humanizá-lo para que não fiquemos distante dele, e essa é a maior função de Morty, principalmente nesta temporada, Dan Harmon conseguiu fazer essa correlação com maestria.
A 5ª Temporada se inicia da melhor maneira possível, explorando o conceito de universos com passagem de tempo diferente, Rick recebendo seu arqui-inimigo, Morty batalhando para ter seu amor pela Jessica correspondido, e Jerry e Beth expandindo suas experiências sexuais, no primeiro episódio “Mort Dinner Rick Andre”.
Tivemos também o crescimento da Summer, tendo uma personalidade completamente diferente de Morty em suas aventuras com Rick, Summer possui uma personalidade forte, destemida e pronta para topar todos os tipos de aventuras, como vemos no terceiro episódio “A Rickconvenient Mort”, Summer e Rick visitam planetas que estão próximos do apocalipse para participarem do último sexo grupal dos habitantes do planeta colapsado. Estejam preparados para o non sense neste episódio, aqui, Dan Harmon testa todos os limites do seu humor ácido e, em certo ponto, sórdido e incestuoso.
Falando em incesto e teste de limites, no quarto episódio “Rickdependence Spray” temos o bebê incestuoso de Morty e Summer, em meio a inúmeras alegorias ao machismo, autoritarismo governamental e, obviamente, piadas sexuais.
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Ao decorrer dos episódios, a própria temporada foi conversando conosco, deixando bem claro, de que em algum momento, iríamos ter que nos confrontar com a iminente separação de Rick e Morty. Como dito anteriormente, a 5ª Temporada se adentrou nos traumas de Rick e de como isso o afetou para ser essa pessoa distante de qualquer tipo de sentimento afetuoso, por mais que ele tenha recaídas ao longo das cinco temporadas. Os flashbacks das aventuras de Rick e seu melhor, e talvez único amigo, Homem-Passáro, no oitavo episódio “Rickternal Friendshine of the Spotless Mort”, são perfeitos para a condução do restante da série, pois entendemos o sentimento de solidão e desapego do Rick, e de como ele não sabe lidar com a negação.
Agora, preciso abrir parágrafos a parte para falar sobre o episódio duplo lançado para o encerramento da 5ª Temporada. Eu não tenho mais palavras para elogiar as direções criativas tomadas nesta última temporada e esse episódio especial foi, simplesmente, uma experiência única. No momento em que subiram os créditos finais, eu me questionava o porquê de não ter sido um filme de uma hora e meia, e sabemos que quando o espectador fica com esse sentimento de “quero mais”, significa que o conteúdo apresentado foi extremamente satisfatório.
Bom, o nono episódio “Forgetting Sarick Mortshall” apresenta, novamente, o desapego de Rick com qualquer ser humano, o que o faz dispensar Morty e trocá-lo por dois corvos. Rick, obviamente, tenta dispensar os dois corvos em um planeta recheado de aves que demonstram ao Rick a empatia, enquanto Morty se junta a um inimigo de Rick, por meio de um portal de sua mão interligado com um portal na coxa do inimigo de Rick (sim, é exatamente isso que vocês estão lendo). Vou me conter para não tecer mais comentários e entregar todos os spoilers do episódio, e assim temos a separação definitiva de Rick e Morty.
O décimo episódio “Rickmurai Jack” nos apresenta um Rick introspectivo, que aprendeu sobre a empatia com os corvos e que está pronto para voltar à sua família, após aprender sobre todo seu relacionamento abusivo com Morty. Para consertar mais uma burrada de Morty, eles precisam voltar para a Cidadela dos Rick, então estejam preparados para mais um episódio genial, e novamente preciso ressaltar, Diretores da Marvel assistam todos os episódios que a Cidadela dos Rick aparece para que vocês possam entregar um conteúdo decente da TVA na Segunda Temporada de Loki.
(mini spoiler adiante)
Após um sumiço do melhor personagem de “Rick and Morty”, ele está de volta na 5ª Temporada, e eu estou falando dele, o Evil Morty, sendo o novo presidente da Cidadela e com uma nova virada, entendemos que o Evil Morty não é tão evil assim, porém deixarei os comentários para que vocês assistam e descubram por conta própria para não estragar a experiência.
Para honrar as origens, a 5ª Temporada se encerra com o maior cliffhanger (recurso de roteiro para deixar o espectador ansioso para os futuros episódios) até então da série e com uma homenagem ao cânone da série, pois temos como música de encerramento o tema do Evil Morty.
Sendo assim, encerro essa crítica me rendendo a supremacia de “Rick and Morty” como melhor série animada disparada da atualidade e ansioso para a 6ª Temporada. Lembrando que todos os episódios estão disponíveis na HBO Max.