(Reprodução)
Primeiramente será preciso informar ao caro que leitor que houve uma substituição entre os editores, nosso editor Daniel, ao começar a escrever sobre o último filme da trilogia, sentiu uma lesão em mão, entretanto tudo está bem e a última declaração dele sobre o filme e sua lesão foi “eu juro que tentei escrever, mas meus dedos sangraram”. Feita essa explicação, assumi a responsabilidade de substituí – lo, mas antes preciso fazer uma prévia sobre minha visão dos primeiros dois filmes.
“Rua do Medo: 1994 – Parte 1” é um filme muito inconsistente, na qual a narrativa demora para engrenar e com futuros de roteiros que me incomodaram levemente, um gore bem fraco e personagens não muito cativantes.
“Rua do Medo: 1978 – Parte 2” possui um ritmo totalmente diferente, bem mais contagiante, com personagens interessantes, no qual endireita as pontas soltas trazidas pela Parte 1, apresenta mortes inovadoras e um gore divertido, assim como faz uma bela homenagem e referência ao filme “Sexta Feira 13”, clássico de 1980.
Chegamos ao ponto que nos interessa, “Rua do Medo: 1666 – Parte 3” é um complemento as duas histórias anteriormente contadas, sendo uma forma diferente de apresentar uma trilogia, e a Netflix (paga nóis, Netflix) está de parabéns por programar lançamento desses três filmes em três sextas – feiras seguidas. É possível assisti – los de uma só vez, nos garantindo boas horas de diversão em um final de semana.
Podemos chamar a “Trilogia do Medo” da Netflix como “Trilogia do Algoritmo”, pois está bem claro a fórmula utilizada pela plataforma de streaming, terror adolescente, atores reciclados de outras produções famosas da Netflix, década de 90 e 80 e uma trilha sonora que mais parece uma playlist do Spotify (paga nóis, Spotify). E ressalto que essa não foi uma crítica negativa à Netflix, afinal, eu sempre fui cativado por essa fórmula e sou presa fácil dessa nostalgia.
Agora vamos falar do filme, “Rua do Medo: 1666 – Parte 3” se inicia com Deena (Kiana Madeira) revivendo em as memórias da bruxa Sarah Fier, nesta retomado ao ano de 1666, aos atores dos outros filmes interpretam os colonos do condado de Union, bem antes de sua divisão em Shadyside e Sunnyvale.
Nesta parte é preciso você liberar sua suspensão de descrença ao máximo, pois a ambientação está bem longe de ser boa, entretanto, a narrativa amarra todas as pontas soltas deixadas pelos filmes anteriores, assim como introduz temas como orientação sexual, preconceito, obscurantismo e misticismo, abordando como em certo ponto, alguns integrantes da sociedade ainda escolhem viver em meio a ignorância.
O gore e o terror adolescente ainda se mantém bastante presente, o que deixa o filme leve e não sentimos o tempo passar. O plot que mais me incomodou foi o fato de haver a figura vilanesca óbvia, não tendo o impacto e a surpresa que esperávamos, entretanto, essa nunca foi a proposta inicial tanto do longa quanto da trilogia.
Findado o arco do ano de 1666, voltamos ao ano de 1994, e eles deixam bem claro que a partir dali é uma continuação direta do primeiro filme. Neste ato, temos a encantadora presença de Gillian Jacobs, interpretando a personagem Ziggy, trazendo as remanescentes dos ataques tanto do ano de 1978 e do ano de 1994. Essa continuação é muito mais dinâmica, estando voltada estritamente para a ação e para findar todo o arco destes personagens.
Desta maneira, “Rua do Medo:1666 – Parte 3” encerra, de maneira convincente, a trilogia proposta pela Netflix, mantendo o nível da segunda parte e sendo superior a primeira parte. Pela proposta apresentada, é preciso analisar conjuntamente os três filmes, e sendo assim, é uma obra que diverte, encerra sua história e garante boas horas de diversão.
Se você chegou até, posso supor que já tenha assistido os dois primeiros filmes, caso você não tenha assistido nenhum, minha recomendação é que não desista do ritmo irritante do primeiro filme, assim como das pontas soltas deixadas e que parecem que não haverá solução, continue insistindo, pois como eu disse anteriormente, a diversão está garantida.
Gostoso demais esse crítico